Rodrigo Assunção era pedreiro. Vivia sozinho no rés do chão de um prédio no centro de Setúbal e morreu aos 65 anos, enquanto aguardava ser socorrido. Ligou três vezes para o 112 e o INEM chegou a ligar de volta, mas ninguém atendeu. Foi aberto um inquérito.
"Possivelmente, o meu tio sentiu-se mal e ligou a pedir socorro. A primeira vez, às 05h43, esteve mais de quatro minutos ao telefone. Na segunda vez, pelas 05h56, esteve 24 segundos, e mais tarde, pelas 06h06, a chamada durou um minuto e 29 segundos", disse o sobrinho da vítima, Jorge, ao "Correio da Manhã".
Cerca de 13 minutos depois, foi o INEM a realizar a chamada. Falaram pelas 06h19 durante um minuto e 35 segundos. A partir das 7 horas, o Instituto Nacional de Emergência Médica voltou a ligar várias vezes, mas já não conseguiu falar com a vítima. Entre o último telefonema e a descoberta do corpo, passaram-se 31 horas.
Este sábado, pelas 15 horas, os vizinhos de Rodrigo alertaram a PSP depois de verem a porta de casa entreaberta. O pedreiro estava morto e havia sangue no chão. O corpo ficou no meio da sala, com uma ferida no nariz. Rodrigo terá estado 31 horas sem socorro.
A família de Rodrigo acusa o INEM de "negligência". É "mais uma situação em que algo correu muito mal", acredita a Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM), citada pelo mesmo jornal. Já o INEM "lamenta o desfecho que a situação veio a conhecer e apresenta sentidas condolências aos familiares da vítima".