Robert Hale tem 33 anos e, em abril de 2021, foi diagnosticado com leucemia miéloide. Na altura, o prognóstico foi preocupante, mas só em dezembro do ano passado é que foi dado como paciente terminal. E foi por isso que decidiu fazer um funeral para si próprio, antes que morresse, para se despedir em bom daqueles que mais ama.

Os médicos deram-lhe apenas umas semanas de vida (que poderiam estender-se, no máximo, a alguns meses). E foi por isso que decidiu organizar um funeral para si mesmo, em Gloucestershire, Reino Unido, localidade onde vive. O objetivo passava por despedir-se de amigos e familiares, enquanto tinha a oportunidade de fazê-lo em vida.

"Eu sabia que, a qualquer momento, ia ter aquele funeral, mas também sabia que muitas das pessoas que iam aparecer, provavelmente, não ia conseguir ver antes de morrer", esclareceu, citado pelo jornal britânico. "Queria fazer algo onde pudesse vê-los a todos, falar com eles e ter uma oportunidade de lhes dizer adeus", continuou.

E o homem acabou mesmo por concretizar esse desejo, tendo sido anfitrião do seu próprio funeral a 14 de janeiro. O evento foi "foi melhor do que esperava" e reuniu mais de 50 pessoas. Ainda que possamos pensar que, nestas ocasiões, ninguém tem vontade de rir ou de se divertir, aconteceu exatamente o oposto. Nas imagens partilhadas no seu Instagram, havia sorrisos, abraços e vontade de festejar a vida do homem.

A ligeireza com que leva a doença atualmente não é a mesma da que teve aquando do diagnóstico inicial. Robert ficou chocado, porque tinha sido infetado pelo coronavírus dois meses antes, em fevereiro de 2021, e achava que todos os suores, fadiga extrema e febre não passavam de sintomas de Covid longo – isto é, quando o doente fica com efeitos secundários da doença durante semanas ou meses.

Poucos dias depois, acabou por ser internado. Além disso, os médicos descobriram que a leucemia se tinha espalhado por todo o seu sistema nervoso central e que podia, eventualmente, chegar ao cérebro. A morte era quase uma garantia, mas, depois de vários exames e múltiplas rondas de quimioterapia, sobreviveu milagrosamente.

Entretanto, passaram-se dois anos e o quadro clínico do homem parecia estar relativamente estável, mas havia sempre alguma incerteza à mistura. Isto levou-o a fazer consultas de rotina regularmente, até que, em dezembro de 2022, a leucemia voltou a espalhar-se. E mesmo que tenha ficado devastado, não ficou surpreendido. "Eu devia ter morrido em maio de 2021, mas o facto de ainda estar cá faz com que tudo o que passei até aqui tenha valido a pena para ter mais algum tempo de vida", afirmou, citado pelo "Daily Mail".

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Agora, Robert Hale leva um dia de cada vez. Não tem qualquer perspetiva de futuro, é certo, até porque não sabe quanto tempo vai estar por cá. Por isso, vai-se regendo por pequenas metas – e, neste momento, aquela que quer atingir é o segundo aniversário da sobrinha, que se realiza em abril.