Um casal que tinha subido ao altar em 1996 divorciou-se 17 anos depois, em 2013, de forma amigável. Pelo meio, o casamento deu frutos, tendo o par tido uma filha em 2009. No geral, o divórcio estava a correr bem, até que, em 2018, a partilha dos bens comuns fez com que as coisas dessem para o torto – e o homem até descobriu que, ao contrário do que pensava, não era o pai biológico da filha. Agora, a mulher vai ter de pagar-lhe uma indemnização.

Depois de chamar "cabrão" e "palhaço" ao ex-marido, a mulher acabou ainda por revelar-lhe a realidade. “As parelhas de cornos que levaste foram poucas, andas a criar as filhas dos outros e não vês nada à frente”, disse-lhe ainda, citada pelo "Jornal de Notícias". Esta revelação fez com que o homem, que era camionista e passava muito tempo fora de casa, quisesse fazer um teste de paternidade – e o resultado foi uma surpresa desagradável.

Depois da confirmação de que não era o pai da menina, o homem decidiu levar o caso à Justiça e exigiu uma indemnização de mais de 39 mil euros por danos patrimoniais e não patrimoniais sofridos, avança a mesma publicação. Contudo, em tribunal, a mulher disse que o companheiro sempre soube da relação extraconjugal que mantinha, aceitando-a – até porque, quando a menina foi concebida, o casal já nem estaria a fazer vida em conjunto.

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Ainda assim, a mulher foi obrigada a pagar cinco mil euros ao ex-marido por danos não patrimoniais e 140 euros de danos patrimoniais, segundo o diário português, que acrescenta que, tendo em conta o desfecho desfavorável, esta decidiu recorrer a decisão ao Tribunal da Relação de Évora. E foi esse mesmo tribunal que confirmou a sentença.

"Verificando-se que a conduta da ré, ao esconder do autor que não era o pai biológico da filha, engano que deixou persistir por nove anos, permitindo o estabelecimento de um vínculo pai/filha que sabia não corresponder à verdade, violou os direitos de personalidade do autor, conduta que foi causal dos danos apurados", concluíram as juízas desembargadoras Maria Domingas Simões, Ana Margarida Leite e Anabela Luna de Carvalho, citadas pelo "Jornal de Notícias".

"Amargurado, desgostoso, sentindo-se vexado e humilhado, traído na sua honra e dignidade", como foi descrito em tribunal, o homem está agora sem conseguir trabalhar, tendo deixado de conseguir conduzir depois desta descoberta, que o abalou. Agora, está de baixa e procura ajuda psicológica.