Cláudia Vicente, pelo Turquel B, e Marta Rosa, pelo Campo de Ourique, são as duas primeiras mulheres guarda-redes a integrarem as fichas de jogo de equipas masculinas de hóquei em patins na terceira divisão nacional.
A primeira foi Cláudia, no dia 5 de outubro, enquanto suplente do Turquel B no jogo da quinta jornada da Zona Sul A contra o Campo de Ourique. A vitória foi do Turquel B por 4-3. Marta Rosa estreou-se na equipa masculina do Campo de Ourique pouco depois, a 9 de outubro, também enquanto suplente, na vitória contra o Nafarros, por 3-1.
Em declarações à agência Lusa, citada na CM TV, a guarda-redes do Campo de Ourique afirmou que “gostava que as atletas femininas integrassem os plantéis masculinos desde os primeiros momentos da temporada”, admitindo ainda que “a breve prazo, não seja previsível que isso aconteça”. Já Cláudia Vicente espera “ser chamada mais vezes” para jogar pelo Turquel B.
Sobre o jogo pelo Turquel B, a guarda-redes afirma não ter sentido nenhum tipo de preconceito e que a equipa adversária se mostrou surpresa por ver uma mulher a jogar numa equipa masculina: “Reparei que estavam algo surpreendidos por estar uma rapariga numa equipa masculina e que estavam a comentar baixinho que podia ser eu a jogar”, disse Cláudia à mesma publicação, afirmando ainda que os comentários foram sempre positivos.
No entanto, a jogadora considera que ainda há um “longo caminho a percorrer” no que toca à igualdade de género no desporto, mas que já têm sido dados grandes passos nesse sentido.
Assim como Cláudia, no jogo pelo Campo de Ourique, Marta não ouviu nenhum comentário negativo e considera que o facto de não ter sido tema de conversa durante o jogo, nem na palestra pré-jogo, é uma demonstração de igualdade e de respeito pelas hoquistas femininas. "Da bancada não ouvi qualquer comentário depreciativo. Pelo contrário, as minhas colegas disseram-me que [durante o aquecimento] ouviram adeptos a dizer que a guarda-redes defendia bem", afirmou.
A guarda-redes espera que no futuro o hóquei feminino se desenvolva mais e que haja mais oportunidades, como a dela, para que outras mulheres possam competir nos campeonatos masculinos. “Ajudaria ainda mais à evolução de cada uma."