O antigo primeiro-ministro tem-se deslocado frequentemente até ao Brasil e, de acordo com a investigação da revista "Visão", não tem cumprido as medidas de coação impostas pelas autoridades portuguesas.

"Big Brother Famosos". TVI desmente convite a José Sócrates
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Sócrates, que é arguido no caso Operação Marquês, está sujeito à medida de coação de termo de identidade e residência, que o obriga a comunicar qualquer viagem ao estrangeiro com duração superior a cinco dias. De acordo com a investigação da "Visão", isso não aconteceu. José Sócrates tem, desde o início de 2022, passado períodos de "duas a três semanas" do outro lado do Atlântico, mais concretamente em São Paulo.

O antigo primeiro-ministro português, arguido no megaprocesso Operação Marquês, está matriculado num doutoramento em Relações Internacionais na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. À CNN Portugal, o antigo líder do PS disse que apenas se sente na obrigação de comunicar ao tribunal a sua morada. "Não mudei de endereço pessoal, razão pela qual não me sinto obrigado a comunicar ao tribunal nada mais que não seja o meu termo de residência", esclareceu ao canal do grupo Media Capital. 

Ainda de acordo com a investigação da revista "Visão", José Sócrates estará também a colaborar com o antigo presidente brasileiro Lula da Silva, que é candidato às eleições de outubro deste ano. O antigo primeiro-ministro português tem dado algumas entrevistas a plataformas online e canais de televisão.

O "Observador" adianta que o Ministério Público vai pedir a José Sócrates explicações sobre as viagens ao Brasil e poderá fazer o pedido de alteração das medidas de coação do antigo primeiro-ministro. A "Visão" frisa ainda que o advogado que representa José Sócrates não só não concorda com o seu cliente como irá instá-lo a informar o tribunal das viagens realizadas.

Arguido no âmbito da Operação Marquês, José Sócrates foi, em abril de 2021, acusado pelo Ministério Público de 31 crimes: corrupção passiva de titular de cargo político (três), branqueamento de capitais (16), falsificação de documento (nove) e fraude fiscal qualificada (três).