Em 2021, quase metade dos 366 universitários da Universidade do Porto acompanhados ao longo do ano apresentaram sintomas de depressão moderada a grave. Contudo, apesar do aumento significativo da sintomatologia associada à depressão, não houve, por parte dos alunos, uma maior procura de ajuda profissional, avança o jornal "Expresso".
As conclusões são da investigação do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, coordenada pelo psiquiatra Ricardo Gusmão, que usou métodos de questionário em várias fases do acompanhamento, instrumentos que não estabelecem um diagnóstico de depressão ou ansiedade, mas que detetam a presença e a gravidade de sintomas destas doenças, escreve o mesmo jornal.
O mesmo estudo refere ainda que mais de 50% dos jovens com sintomas de depressão ou de ansiedade moderada ou grave não recorreram a qualquer tratamento durante a pandemia.
Tal como já tinha sido reportado em estudos anteriores, a maioria dos jovens revelou dormir menos horas e deitar-se mais tarde do que antes do início da pandemia. Os resultados tornam-se ainda mais preocupantes devido ao facto de este se tratar de uma grupo de risco – já que 75% das patologias mentais têm um primeiro episódio até aos 25 anos, lê-se na notícia do "Expresso".