Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, claque do Futebol Clube do Porto, está detido e é um dos arguidos da Operação Pretoriano. O "Macaco", como é conhecido, está a construir uma moradia unifamiliar com 424 metros quadrados a cerca de 400 metros da Praia das Pedras Amarelas em Canidelo, Vila Nova de Gaia.
A licença de construção da casa, localizada na Rua Pedra Torta, foi emitida pela Câmara de Gaia no dia 25 de janeiro do ano passado, segundo o "Jornal de Notícias". No nome do titular consta o nome completo de Fernando Madureira, segundo o edital que está na moradia. No terreno, com 620 metros quadrados, também está a ser construída uma piscina.
Esta quarta-feira, 31 de janeiro, a moradia do líder da claque e da mulher, Catarina Madureira, que é vice-presidente dos Super Dragões, na Praia de Salgueiros, em Canidelo, foi alvo de buscas. Ao casal, foram apreendidos três carros, um Porsche Panamera e dois BMW, e 50 mil euros em dinheiro. Apesar deste estilo de vida não são públicas as fontes de rendimento do casal.
Na Operação Pretoriano, que investiga os incidentes verificados na Assembleia Geral extraordinária do clube, a 13 de novembro de 2023, já foram detidas 12 pessoas, incluindo dois funcionários do Futebol Clube do Porto, Fernando Madureira e a mulher.
O Ministério Público considera que os Super Dragões pretenderam “criar um clima de intimidação e medo”. A Procuradoria-Geral Distrital do Porto partilhou que estão em causa “crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação”.
Líder de claque do Sporting encontra-se fugido à Justiça
Nuno Vieira Mendes, mais conhecido por Mustafá, é líder da Juventude Leonina, uma das claques do Sporting Clube de Portugal, e também está com problemas judiciais, estando fugido à Justiça, tal como avançou a SIC Notícias esta sexta-feira, 2 de fevereiro. Há dois meses foi emitido um mandado de detenção a Mustafá, que ainda não foi cumprido.
Paulo Pereira Cristóvão, ex-dirigente do clube, também está envolvido no processo e entregou-se esta quinta-feira, 1 de fevereiro, às autoridades para cumprir uma pena de sete anos e cinco meses por sequestro e roubos a residências. Mustafá foi condenado a seis anos e quatro meses de prisão por roubos a residências na Grande Lisboa.
O ex-dirigente e o líder da claque foram ambos condenados em 2019. Paulo Pereira Cristóvão tinha sido condenado também ao pagamento de 165.799€ e juros de mora, na sequência de dois assaltos a residências em 2014, num crime que envolvia outros arguidos, entre eles Mustafá. Os assaltantes vestiram-se com fardas da PSP e, com falsos mandados de busca, entravam nas casas das pessoas e levavam bens de maior valor, segundo o "Record".
Dos 16 arguidos no processo, 12 deles foram condenados a penas efetivas entre os quatro e os 17 anos. Em causa estão crimes de roubo, sequestro, posse de arma proibida, abuso de poder, violação de domicílio por funcionário e falsificação de documento.