Os novos radares de controlo de velocidade instalados nas principais vias rodoviárias de Lisboa continuam desligados, mas já têm provocado alterações significativas no comportamento dos condutores. Porquê? É simples: "a maioria das pessoas" julga que já estão em funcionamento e regula a condução com base nessa crença.
"É evidente que só você e eu é que sabemos que eles não estão a funcionar ainda, a maior parte das pessoas em Lisboa não sabe", afirmou o presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, em declarações à agência Lusa, citadas pela Rádio Renascença.
Segundo diz, só com a instalação das caixas dos radares existe "um efeito dissuasor" no comportamento dos condutores, que abrandam quando veem os equipamentos. Tratam-se de 41 novos radares de controlo de velocidade de veículos, que resultam de um investimento de 2,142 milhões por parte da Câmara Municipal de Lisboa, fruto ainda do anterior mandato, sob a presidência de Fernando Medina (PS).
De acordo com o "Diário de Notícias", a ACP está "completamente de acordo" com a instalação dos novos radares fixos na cidade de Lisboa, tal como a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), que, ainda assim, considera que o investimento nos equipamentos peca por ser tardio.
"A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados vê com bons olhos estes radares e esperemos que eles funcionem e que o tempo de chegada da multa aos prevaricadores seja o mais curto possível, porque há muitos estudos que apontam que, quanto mais curta a punição ao ato, melhor e mais eficaz é o sistema", afirmou Mário Alves, representante da ACA-M, em declarações citadas pela mesma publicação.
Governo espera arrecadar 13 milhões de euros em multas
Apesar de a ACP e ACA-M afastarem a ideia de que estes novos radares são apenas um recurso de "caça à multa", de acordo com o jornal "Público", o Governo espera amealhar 13 milhões de euros em multas de velocidade, com recurso a estes e novos radares.
A medida já constava na proposta orçamental chumbada em outubro e, seis meses depois, o objetivo continua de pé. A partir de julho, data em que se espera que o orçamento para 2022 entre em vigor, e até ao final do ano, o Governo conta atingir o valor previsto "essencialmente por via da expansão da Rede Nacional de Fiscalização Automática de Velocidade (Sincro), através da aquisição de novos radares", lê-se no documento entregue esta quarta-feira, 13 de abril, na Assembleia da República, citado pela mesma publicação.
O Governo não revelou, ao certo, o número de novos radares que espera adquirir, mas o documento detalha que custarão 4 milhões de euros e que a sua instalação deverá ter "um impacto na receita que rondará os 13 milhões de euros".
Saiba onde se encontram os 20 novos radares
Ainda assim, enquanto o Governo não instala novos equipamentos, importa saber o que esperar daqueles que já estão instalados.
Apesar de estarem sempre sinalizados "cerca de 50 a 100 metros antes do local onde se encontra o radar", como refere a câmara de Lisboa, já se sabe onde se encontram, ainda que, até à data de publicação deste artigo, continuem desligados.
A lista completa foi divulgada pela CNN Portugal.
- Avenida Santos e Castro (2)
- Avenida Lusíada (2)
- Avenida General Norton de Matos
- Avenida Padre Cruz (2)
- Avenida Marechal Gomes da Costa
- Avenida da Índia
- Avenida Infante D. Henrique (2)
- Avenida Dr. Alfredo Bensaúde (2)
- Avenida Almirante Gago Coutinho
- Avenida de Ceuta
- Avenida Calouste Gulbenkian
- Avenida Marechal Craveiro Lopes
- 2.ª Circular
- Avenida dos Combatentes (2)