
O que era para ser uma viagem tranquila com o bebé acabou por se transformar numa situação humilhante e de desespero para uma mãe de três filhos. A passageira foi surpreendida com a ameaça de uma multa de 50 libras (cerca de 59€) por transportar leite materno e equipamento de extração no avião, uma situação que, garante a mesma, poderia ter sido facilmente resolvida com mais empatia.
Em causa está Daisy Crawford, de 40 anos, que viajava de regresso a casa depois de visitar amigos e familiares, quando, já na porta de embarque, foi confrontada por funcionários da easyJet. Apesar de ter passado pela segurança do aeroporto sem problemas, foi informada de que teria de pagar uma taxa, a menos que conseguisse encaixar o leite e a bomba dentro da bagagem de cabine.
"Ficaram com uma expressão intransigente, sem qualquer tentativa de compreender a situação", contou, citada pelo "The Standard", explicando que repetiu várias vezes que estava a viajar com um recém-nascido e que aquele leite era essencial para a saúde do bebé. "Estava determinada a não pagar a multa", continuou.
"É um equipamento médico necessário, e não creio que alguém com outro tipo de equipamento médico fosse obrigado a enfiá-lo numa mala ou pagar por isso", explicou ainda a mulher. Contudo, a tensão começou a escalar rapidamente. Sem rede no telemóvel para aceder às informações que tinha lido previamente sobre o transporte de leite materno em voos, viu-se sem forma de provar que estava dentro dos seus direitos.
Os funcionários, por sua vez, começaram a pressioná-la com o risco de perder o voo. "Disseram-me que o avião ia partir sem mim se não me despachasse", disse. Num último esforço, começou a esvaziar a mala para ganhar espaço – tirou um casaco, um pulôver e até os chinelos foram parar aos bolsos para conseguir levar consigo o leite e o equipamento, diz a mesma publicação.
Apesar de ter conseguido embarcar, Daisy Crawford admite que a experiência a deixou abalada. "Saí dali zangada, triste e completamente humilhada", admitiu. O episódio aconteceu no aeroporto de Bristol, no Reino Unido, antes de um voo da easyJet com destino a Belfast, no passado dia 27 de abril.
De acordo com o site oficial do governo britânico, é permitido transportar "quantidades suficientes de comida, leite e água esterilizada para bebés durante a viagem", sem limite legal de quantidade, ainda que se recomende confirmar com o aeroporto antes de viajar. O leite materno está sempre sujeito a triagem na segurança.
Contactada pelo "BristolLive", que entrevistou a lesada, fonte oficial da easyJet lamentou o sucedido. "Lamentamos profundamente a experiência da Sra. Crawford no embarque do seu voo, pois este não é o nível de serviço que esperamos", lê-se na publicação, também citada pelo "The Standard".