Foi na terça-feira, 16 de outubro, que todas as atenções se viraram para Elisabete Rodrigues, que hoje é mais conhecida pelo nome artístico Maria Leal. Na primeira parte da reportagem "Amor Cego", do programa "Vidas Suspensas", Francisco d'Eça Leal, que ainda hoje está casado com a cantora, acusou-a de o ter enganado e de o ter deixado na miséria.

“Aproveitou-se de mim. Eu fiquei cego por causa do amor, fazia tudo o que ela queria”, explicou à jornalista Sofia Pinto Coelho durante o programa. Francisco, na altura com apenas 21 anos, tinha acabado de herdar uma fortuna que lhe daria alguma estabilidade financeira. Além de dois apartamentos avaliados em 450 mil euros e cerca de 540 mil euros em dinheiro, tinha também outros dois apartamentos que tinham sido deixados pelo pai, Paulo Guilherme d'Eça Leal, escritor, realizador de cinema e artista plástico.

Tudo mudou quando conheceu a cantora e casaram, numa relação que durou apenas quatro anos. A relação passou por vários altos e baixos até que, a certa altura, Francisco pesquisou o nome da mulher na internet e descobriu que ela estava num outro relacionamento com Tiago Ginga — um dos participantes do programa "Casa dos Segredos 4".

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"Foi um choque na altura, não queria acreditar. Ela dizia que gostava muito de mim, que íamos estar sempre juntos", revelou ainda durante a mesma entrevista, e não poupou nas acusações que fez à ex-mulher. Segundo Francisco, Maria Leal terá gasto grande parte do seu dinheiro em lojas de roupa e em ações do Futebol Clube do Porto. Além disso, terá sido a cantora a sugerir o casamento já que, continua, "era mais seguro", visto que passaria a ter a responsabilidade de tomar decisões em nome do marido, caso fosse necessário.

Francisco, que sofre de esquizofrenia há vários anos, hoje depende da ajuda da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e da ajuda da mãe para sobreviver.

Face às acusações, a cantora reagiu na sua página oficial de Facebook onde afirmou ter sido "difamada de forma gratuita em horário nobre". Apesar de, na mesma publicação, ter dito que não prestaria qualquer tipo de declarações, Maria Leal esteve esta sexta-feira, 19 de outubro, no "Jornal da Noite", da SIC, para contar a sua versão dos factos.

“Eu estou aqui para dizer a verdade”, afirmou a cantora. “Estou a ser julgada em praça pública e já sofri ameaças. Quero a verdade acima de tudo porque eu vivo da minha carreira que construí sozinha, sem precisar de ninguém.”

Os jornalistas tentaram perceber como é que os dois se conheceram e, segundo Maria, foi num dia de karaoke num estabelecimento de Campo de Ourique, onde Francisco d'Eça Leal foi com uma amiga, que os dois se cruzaram pela primeira vez. Daí, surgiu uma grande relação de “amizade e carinho”, como recorda, que mais tarde evoluiu para uma relação mais séria e, eventualmente, para um casamento.“Eu amei aquela pessoa e os nossos gastos foram exagerados", admitiu

"O dinheiro gasta-se. Se o Francisco não trabalha e a Maria também não, o dinheiro tem de ser gasto.”

Ao longo de mais de dez minutos de conversa, em que a cantora alternava entre tratar o marido por "Francisco" e por "Senhor Francisco", a SIC tentou percebeu se os gastos que fez tinham sido com o consentimento de Francisco d'Eça Leal ao que Maria Leal respondeu que sim — e que sempre teve a noção de que o dinheiro era dos dois.

“Ele herdou o dinheiro e houve uma conta que ele disse que era dos dois, que estava em nosso nome e que agora aquele dinheiro era dos dois”, defendeu Maria Leal. “Se me perguntar se hoje em dia teria mais cuidado, claro que sim, que teria mais cuidado, não teria feito tantas vontades ao Francisco e teria um pulso mais forte.”

Apesar disso, diz que todos os cheques que assinou (num valor acima dos 400 mil euros) foram sempre na presença de Francisco, e quando a jornalista Sofia Pinto Coelho perguntou se o marido lhe tinha dado permissão para utilizar esse dinheiro, Marial Leal deu por terminada a entrevista. Não sem antes agradecer aos fãs e dizer que tudo seria provado em tribunal.

“Vai ser provado se as viagens foram da Maria ou não, vai ser tudo provado nas instâncias próprias e vai estar tudo num processo-crime para ser julgado dentro dos parâmetros normais, segundo a lei”, disse.

A próxima parte da reportagem “Amor Cego”, um trabalho de Sofia Pinto Coelho com Ribeiro Cristóvão, será transmitida na próxima semana, ainda sem data anunciada.