A noite desta quarta-feira, 7 de dezembro, não foi fácil para quem vive na região da Grande Lisboa. A população foi surpreendida por um temporal onde não faltou nem chuva, nem vento, nem relâmpagos. A constante precipitação alagou várias zonas dos concelhos de Lisboa, Oeiras e Amadora e resultou numa morte.
Desde sarjetas destapadas com a força da água a estações de metro inundadas, o mau tempo afetou sobretudo as zonas ribeirinhas de Lisboa e Oeiras. Só durante a noite é que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) substituiu o alerta laranja (situação meteorológica de risco moderado a elevado) pelo alerta vermelho (situação meteorológica de risco extremo).
Uma mulher de 55 anos acabou por morrer em Algés, quando a cave onde vivia ficou inundada. Um homem foi resgatado com vida, mas foi tarde demais para a parceira, assim como divulgou o "Jornal de Notícias". Há imagens de centros comerciais alagados e por várias vezes a equipa de mergulhadores bombeiros teve de intervir.
Veja alguns dos registos do temporal
Até à uma da manhã de quinta-feira, tinham sido registadas 455 ocorrências (379 em Lisboa, 39 em Setúbal e 10 em Faro), refere o "Observador". O presidente do IPMA, Miguel Miranda, negou que os meteorologistas tivessem subestimado as consequências do mau tempo, diz o mesmo jornal.
O alerta vermelho partilhado pelo IPMA vigorava até às duas da madrugada desta quinta-feira, 8 de dezembro. Atualmente, todos os distritos de Portugal estão em alerta amarelo até às 15 horas de sexta-feira, exceto os Açores, que continuam a verde. Avisam acerca de "precipitação por vezes forte, podendo ser acompanhada de trovoada e de rajadas fortes de vento".
A Proteção Civil emitiu, na terça-feira, um aviso à população por condições meteorológicas adversas, que se estende até esta quinta-feira, e que refere "trovoada e fenómenos extremos nas regiões Centro e Sul", "chuva por vezes forte", vento e agitação marítima.
As medidas de autoproteção aconselhadas pela Proteção Civil
- Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas;
- Garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas;
- Ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte;
- Ter especial cuidado na circulação junto a zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a fenómenos de transbordo dos cursos de água, evitando a circulação e permanência nestes locais;
- Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água nas vias;
- Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
- Estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança.