Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa que está de novo na corrida para as autárquicas de 2021, considera que a oferta de alojamento local (AL) "foi longe demais na cidade de Lisboa" e quer travar a abertura dos mesmos na capital. Esta será uma das medidas do programa eleitoral do candidato, conforme revelou em entrevista ao "Diário de Notícias".
O atual presidente da CML e candidato às próximas eleições reconhece que o alojamento local foi positivo até certa altura para dar resposta ao aumento da procura turística em Lisboa, para recuperar habitações e para que muitas famílias pudessem colocar os seus imóveis como AL. Contudo, a liberalização de mercado escalou e trouxe consequências irreparáveis.
"Hoje, temos um número de registos de fogos em alojamento local muito mais elevado", afirmou o candidato à Câmara Municipal de Lisboa, notando ainda que o surgimento de um elevado número de alojamentos locais "começou a retirar casas do mercado, casas que estavam antes afetas à função habitacional".
Só no primeiro semestre de 2021, até junho, foram criados 3.762 novos alojamentos locais — número ainda assim inferior aos que foram criados no mesmo período em 2020 (um total de 7.153), segundo dados do projeto "Local Data", citados pelo "ECO".
Para o novo mandato, Fernando Medina propõe uma alteração à legislação do alojamento local, de modo a que o mercado não esteja completamente liberalizado. No entender do atual presidente do município de Lisboa, o principal problema relativamente ao alojamento local está no centro histórico da cidade, embora a ideia seja no futuro impossibilitar a abertura de mais alojamentos locais em toda a cidade.
Quanto aos que já existem, Fernando Medina promete que não vão sofrer alterações. "Não estou a tocar nas que existem. Para isso temos, aliás, um programa voluntário em que a câmara se dispõe a arrendar aos proprietários essas casas, para reduzir o risco que proprietário sinta", continua.