Os portugueses já sentem a subida constante de preços e começam a repensar as suas compras, desde produtos de supermercado a combustível e ainda em planos a longo prazo, tudo devido ao aumento histórico da inflação, salienta uma sondagem da Aximage realizada pelo "Jornal de Notícias", "Diário de Notícias" e TSF. De acordo com o mesmo estudo, 68% dos inquiridos já alterou os seus hábitos de consumo.

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As estratégias e formas de consumo mudaram: 40% dos portugueses começou a prestar mais atenção aos preços (40%), cerca de 34% dos inquiridos reduziu o consumo de alguns produtos e há ainda quem passe a escolher os produtos em promoção ou de marca branca.

A cada semana que passa, os combustíveis aumentam o preço e até na utilização de carro a vida dos portugueses tem mudado.  Dos 60% dos inquiridos que assume ter alterado hábitos do dia a dia em relação aos combustíveis, quase metade (58%) diminuiu os passeios de fim de semana, 23% passou a andar mais a pé, e 13% passou a utilizar transportes públicos.

Há quem tenha trocado o meio de transporte para a trotinete elétrica, mota ou bicicleta, outros começaram a utilizar o carro apenas para o indispensável e há quem tenha até mudado de trabalho.

Logo a seguir ao supermercado e combustíveis, os portugueses sentem o maior aumento do custo de vida no gás, contas da luz, transportes e farmácia. A crise tem vindo adiar planos e despesas de muitos portugueses, desde viagens de férias aos equipamentos para a casa. A compra de carro e habitação passaram a ser opções quase secundárias e planos a longo prazo.

A inflação atingiu um máximo histórico de 8%, segundo o Instituto Nacional de Estatística. O que resultou numa grande subida de preços e um aumento de custo de vida. A guerra na Ucrânia é uma das grandes razões, mas o período pandémico contribuiu para o fenómeno.

Como o economista Miguel Faria e Castro explicou à “FFMS”, “a inflação já estava a aumentar antes da guerra". "Os preços dos bens intermédios e das matérias-primas adquiridos por produtores já estavam a aumentar, mas a transmissão desse aumento dos custos das empresas para os bens finais, que são consumidos pelos consumidores, não estava a ser perfeita”.

Com as falhas de resposta do Governo para a resolução dos problemas na vida dos portugueses, a popularidade tem vindo a diminuir. Quase metade dos inquiridos (49%) classificou a resposta para atenuar os efeitos da crise que a guerra intensificou como “muito má”, outra parte (23%) diz ser “má”, 37% descreve-a como “nem boa, nem má” e apenas 14% faz uma avaliação positiva.

Há quem defenda limites no aumento dos preços dos bens essenciais, outras concordam com limitações no aumento do preço das energias e ainda quem queira a diminuição dos impostos. Ainda 44% pede mais apoios sociais às famílias mais desfavorecidas e à produção de bens alimentares. No mundo empresarial, os inquiridos pedem reforço dos apoios às empresas e uma redução das taxas energéticas.