Com 104 anos e a viver num lar em Lagos, Amália Duarte podia ter sido mais uma das tantas vítimas mortais da COVID-19. Mas a idosa venceu a batalha contra a doença, apesar da idade avançada, e está a aguardar a toma da vacina.
Mas esta não é a primeira vez que Amália Duarte troca as voltas a uma pandemia, dado que já sobreviveu à gripe espanhola, que assolou o mundo entre 1918 e 1920. Prestes a completar 105 anos no próximo dia 28 de março, Amália é uma das 14 utentes recuperadas no lar Rainha Dona Leonor, em Lagos.
"A dona Amália é para nós um grande orgulho, que dá força para continuar a lutar", disse o provedor Fernando Graça ao "Correio da Manhã", que defende que a vacinação deveria avançar já para os idosos que testaram negativo. No entanto, Amália não é a primeira pessoa com idade avançada a vencer a COVID-19: a semana passada, uma utente no lar da Fundação Lopes da Fonseca, em Nelas, recuperou da doença aos 106 anos.
Os surtos nos lares têm-se intensificado nos últimos dias. Esta terça-feira, 5 de janeiro, houve registos na Santa Casa da Misericórdia de Mêda, em Guarda, com 97 utentes e 32 funcionários infetados, e no lar da Cartaxaria, em Arruda dos Vinhos, com 16 casos positivos.
Rui Nogueira, ex-presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, avisa que é preciso "criar urgentemente um plano de intervenção" para proteger estas instituições, escreve o "CM". "A vacina irá proteger dentro de meses, mas vai ser preciso atuar nos lares já nos próximos dias".