Carla Oliveira, a atleta de 35 anos natural de Lourosa, Santa Maria da Feira, jogou este sábado, 31 de agosto, os quartos de final do torneio individual de boccia da classe BC4. A jogadora do FC Porto perdeu 5-2 frente à chinesa Ximei Lin, terminando a sua participação nos Jogos Paralímpicos de Paris em sexto lugar e garantindo um diploma.

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Uma fotografia da atleta com Agostinho Cardoso, com quem é casada e tem uma filha, Gabriela, de 1 ano, está a derreter as redes sociais. Os dois surgem a dar um beijo na boca. "Tudo o que precisas é de amor! Belo retrato que nos deixou o segundo dia dos Jogos Paralímpicos no jogo de boccia que Carla Oliveira vai jogar com Agostinho Cardona após o jogo preliminar do individual feminino BC4", escreveu o Instagram oficial do Comité Paralímpico Europeu.

Esta é a terceira vez que a atual campeã europeia de boccia participa nos Jogos Paralímpicos, depois do Rio de Janeiro e de Tóquio, mas este ano terá tido um gosto especial, já que é o primeiro desde que foi mãe de Gabriela, que considera ser a sua “maior bênção” e a sua “maior medalha”, tal como disse ao “7Margens”. Carla Oliveira chegou a pensar que iria ter de deixar o desporto devido à maternidade e foi um “grande desafio” voltar a competir, mas não baixou os braços.

Aos 10 anos, Carla Oliveira foi diagnosticada com distrofia muscular das cinturas. “Ainda que esteja numa cadeira de rodas, não é esta cadeira que me define enquanto pessoa. Claro que me moldou enquanto mulher, moldou os meus valores, a minha forma de pensar e agir no quotidiano. Mas não é isto que me define. Sou muito mais do que uma pessoa em cadeira de rodas”, disse numa entrevista ao “Ágora Porto”.

A paixão pelo boccia não foi à primeira vista. Depois de ter experimentado aos 14 anos no FC Porto, Carla Oliveira não gostou nem se identificou com o desporto. Aos 20 anos, no final da sua licenciatura em Educação Social, aceitou o desafio "vencida pelo cansaço".

Atualmente, além de atleta, colabora com os dragões na secção de desporto adaptado. "Trabalho mais numa vertente social no âmbito das nossas ações em contextos de demonstrações de boccia, de palestras, de contacto com instituições, escolas e prisões. Sensibilizamos para a diferença através do desporto", explicou.

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