A Black Friday é conhecida por ser o dia das loucas promoções. E quem é a pessoa que não gosta de poupar dinheiro e comprar uma peça de roupa ou até um objeto a um preço mais reduzido? Ainda por cima quando a data está tão próxima do Natal. No total, todos os anos gastam-se milhões de euros neste dia, mas o impacto não fica apenas na carteira dos consumidores. Aumento de emissões de C02 e mais stresse por parte dos responsáveis pelas entregas dos produtos são apenas algumas das consequências que se acrescem a este dia negro.
Várias empresas tentaram criar novas estratégias de venda e entrega com prazos muito reduzidos apenas para satisfazer os clientes — a grande maioria com impacto negativo no ambiente. A empresa de serviços de entrega no Reino Unido Yodel, por exemplo, contratou milhares de motoristas para fazerem entregas extra, como escreve o site "The Conversation". Estas ações sazonais também ocorrem em dias festivos como no Dia da Mãe, no Dia dos Namorados ou até no período que antecede o Natal, mas prejudicam não só as pessoas, como também o ambiente do planeta.
Uma pesquisa realizada pelo centro Deman (Dynamics of Energy Mobility and Demand), um dos seis centros financiados pelo Research Councils UK para reduzir a utilização energética, realizada ao longo de dois anos, realça a necessidade de pensar nas questões de energia e mobilidade de compras online que o Black Friday regista. O estudo baseou-se em 34 entrevistas e num questionário online com duas mil pessoas no Reino Unido e revelou que os hábitos de compra pela internet ainda se estão a desenvolver — e são como complementos de compras físicas.
O site "The Conversation" afirma que cerca de 75% das mercadorias recebidas por uma empresa em Londres, antes do Natal, eram encomendas pessoais, principalmente através de um modelo de hub-and-spoke — um sistema de distribuição que recebe produtos de diferentes locais e faz a entrega em casa ou na loja.
Segundo o inquérito, 21% das pessoas esperavam que na Back Friday as entregas fossem mais baratas, 55% que a entrega fosse a mesma e 21% não pensavam sequer nas taxas de entrega para pedidos online nesta festividade. No entanto, estas entregas rápidas trazem impactos ambientais e ainda para mais quando as compras online são um substituto para ir a uma loja.
Os vários entrevistados do focus group revelam que muitos consumidores visitam as lojas antes de comprar online, mas acabam por pedir os produtos através dos sites das lojas — o que leva à realização de duas viagens: uma do cliente até à loja e outra por parte do veículo de entrega. Como escreve o site "The Conversation", o tráfego de veículos cresceu para 20% e esta questão deve ser refletida pelos próprios consumidores.