O "Vizinho Amigo" é um projeto sem fins lucrativos que tem como principal objetivo ajudar a população de risco nas compras diárias, evitando assim que se desloquem aos supermercados ou farmácias. O projeto, inicialmente pensado por Martim Ferreira, finalista do curso de Gestão no ISCTE, conta com uma equipa de mais de 15 pessoas com idades entre os 20 e o 25 anos.

O movimento começou no dia 13 de março e a adesão foi imediata. Martim conta à MAGG que a ideia surgiu no primeiro dia em que entrou em quarentena. Depois de ver o que se estava a passar em Itália, achou que fazia falta uma iniciativa em Portugal para ajudar as populações de risco evitando que as mesmas tivessem de se descolar e impedindo assim a propagação do vírus.

Falou com alguns amigos que já estavam ligados a projetos de cariz social e rapidamente elaboraram um cartaz e lançaram o projeto nas redes sociais. Logo no dia 13 de março conseguiram angariar quase 3 mil seguidores no Instagram, que hoje tem já quase 8 mil.  A primeira publicação a divulgar o movimento recebeu milhares de comentários, partilhas e gostos.

No dia seguinte, a 14 de março, lançaram "aquilo que seria o primeiro grande passo para o 'Vizinho Amigo' começar a funcionar " — a ficha de voluntário.  "Eu lembro-me que estava a acompanhar o lançamento do formulário e pensava que aquilo estava estragado porque em dois minutos tivemos 600 inscrições", conta Martim à MAGG.

Durante cerca de três meses foram mais ou menos 7 mil os voluntários que em Portugal continental e ilhas se juntaram ao "Vizinho Amigo". 

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No mês de junho, devido à diminuição do número de casos do novo coronavírus, decidiram fazer uma pausa. "Achámos que não fazia sentido estarmos tão ativos nas redes sociais. Preferíamos ter de aparecer outra vez em força do que estar propriamente a forçar algo e depois o impacto não ser tanto ", explica Martim. Ainda assim, apesar de não estarem tão ativos, estiveram sempre disponíveis para responder a dúvidas dos voluntários e continuaram a receber inscrições.

O regresso

"Infelizmente, no final de agosto/principio de setembro, começámos a notar que alguma coisa já estava errada. Os números de casos já estavam muito elevados para a altura que era e começámos a antever o pior", esclarece. Apesar da pausa, assumiram sempre que iam estar atentos ao número de casos e que assim que se justificasse o "Vizinho Amigo" iria regressar, e foi o que aconteceu.

Em setembro começaram a preparar o regresso e a 19 de outubro voltaram "em força". "Queremos dar o máximo de recursos possível aos nossos voluntários para eles ajudarem o maior número de pessoas possível", afirma Martim. Antes do relançamento foi enviado um email a todos os voluntários, cerca de  7 mil, a perguntar se estavam interessados em continuar no projeto e  de 95% disse que sim. Desde o dia 19 de outubro já têm mais 25o voluntários e os pedidos de ajudo têm sido muito mais face à primeira vaga da pandemia.

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O "Vizinho Amigo" regressou mais organizado e com novidades. Lançaram um site que se destina à divulgação do projeto e que tenciona ser uma plataforma interativa e criaram também a comunidade "Vizinho Amigo", na qual as pessoas e os voluntários podem interagir e sugerir ideias. A ideia é ajudar o máximo de pessoas possível.

"No dia em que o 'Vizinho Amigo' deixar de ter esta missão é um grande sinal porque quer dizer que a pandemia já acabou e o nosso trabalho já não é preciso. Mas enquanto a pandemia continuar vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para atenuar os efeitos da pandemia", afirma Martim.

Como posso ajudar?

Para se juntar ao projeto basta preencher a ficha de inscrição do voluntário. Depois de o fazer irá receber um e-mail com um cartaz que deverá imprimir, preencher e afixar.

O objetivo inicial do "Vizinho Amigo" passava por criar um cartaz apelativo que fosse facilmente visível para a população de risco, uma vez que, na grande maioria são idosos que não têm acesso a redes sociais nem à internet. A ideia é que cada voluntário coloque um cartaz na sua área de residência com o nome e o contacto para posteriormente ser contactado pela população de risco.  Se tem acesso à internet ou conhece alguém que necessite de ajuda e queira fazê-lo por essa pessoa, pode ainda inscrever-se através do formulário de pedidos de ajuda.

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