Luís Rebelo, o piloto do helicóptero da GNR que caiu esta sexta-feira, 30 de agosto, no Douro, na zona de Peso de Régua, foi o único sobrevivente do acidente, já que os cinco militares de uma equipa de combate a incêndios que lá seguiam morreram. O corpo de Tiago Pereira, o guarda de 29 anos que estava desaparecido, foi encontrado este sábado, 31 de agosto, sendo que estava preso nos destroços.
O piloto de 44 anos encontra-se hospitalizado – já que tinha fraturas nos tornozelos e uma delas exposta e hipotermia – e em choque, mas já foi ouvido pela Polícia Marítima. “Falharam todos os comandos e o 'héli' caiu”, contou este sábado, 31, aos polícias que o interrogaram e aos amigos que o visitaram, citado pelo “Correio da Manhã”.
“Falei com ele poucas horas depois da tragédia e confessou-me que não havia nada a fazer. O aparelho deixou de obedecer aos comandos e literalmente despenhou-se no rio. Ele não sabe como é que veio à superfície, mas veio agarrado à cadeira, com o cinto de segurança apertado. Só quando chegou à tona de água é que conseguiu libertar-se. Agarrou uma espécie de boia e conseguiu respirar até ser socorrido”, contou o amigo Albino Cunha, acrescentando que o piloto está “extremamente abalado”.
“Só fala nos miúdos que deixou para trás. Ficou em choque quando soube que quatro [informação de sexta-feira, 30] tinham perdido a vida”, revelou. Depois do acidente, colocou-se a hipótese de uma tentativa de amaragem, mas o amigo desmentiu-o. “Ele disse-me que quando percebeu que a aeronave não respondia aos comandos, foi uma questão de segundos até se despenhar”, disse.
Uma parte do helicóptero já foi retirada do rio, mas ainda faltam recuperar outras, como o computador de bordo e o rotor de cauda, para perceber o que levou à tragédia.
Os funerais de quatro das vítimas mortais vão realizar-se este domingo, 1 de setembro, e os corpos foram entregues às famílias, segundo o “Correio da Manhã”. O de Pedro Santos e Daniel Pereira vão decorrer às 15 horas na Igreja Santa Cruz, em Lamego, o de António Pinto será às 18 horas na Igreja de Sande, em Lamego, e o de Fábio Pereira será à mesma hora na Igreja Vila da Rua, em Moimenta da Beira, revela a Renascença. Já o de Tiago Pereira acontecerá na segunda-feira, 2, na Igreja Matriz de Castro Daire, mas as horas não são reveladas pela agência funerária.