Maria José Moreira tinha 43 anos quando desapareceu de São Mamede de Infesta, em Matosinhos, no final de 2003. Agora, 19 anos depois, a família ficou a saber que a mulher morreu atropelada a 13 de janeiro de 2004, numa estrada que liga Corunha e Madrid a Espanha.

Mulher desapareceu enquanto passeava o cão — num trajeto que considerava "assustador"
Mulher desapareceu enquanto passeava o cão — num trajeto que considerava "assustador"
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“É o desfecho fatal que não esperávamos”, disse António Moreira, o único filho de Maria José. A mulher, aquando do atropelamento, não tinha documentação e, apesar da procura de vários organismos espanhóis e internacionais nos meses após o acidente, o corpo nunca foi identificado.

Em setembro de 2022, os casos de cadáveres por identificar foram retomados pelo laboratório da Guardia Civil de León e a partilha de impressões digitais recolhidas no dia do acidente com vários países resultou na confirmação da identidade de Maria José. “Tínhamos a esperança de que ela aparecesse viva. Não é fácil um filho receber assim de repente uma notícia destas depois de tantos anos e tanta luta. Estamos muito abalados”, disse o filho.

Quanto à altura do desaparecimento, a mãe da vítima, Maria Emília Costa, de 87 anos, revelou que a filha lhe disse que “não andava bem” e que ia para a Alemanha. “Ela não andava bem e disse ‘Ó mãe, vou para a Alemanha. Tem lá uma instituição onde já estive e vou para lá’. Nunca mais a vi”.

A família de Maria José considera que o “Estado espanhol falhou”, por só agora chegarem até à família, que espera ter ajuda para trazer os restos mortais para Portugal. Antes, esperam “averiguar o que se passou” e afirmam que vão “lutar até ao fim”.

O corpo de Maria José está sepultado no cemitério de Ponferrada, em León, onde morreu.