Uma vitória confortável na primeira volta para Marcelo Rebelo de Sousa. É este o cenário apontado pelas sondagens para as próximas eleições presidenciais, que irão decorrer no domingo, 24 de janeiro, que assinalam que o atual presidente da República angaria 63% das intenções de votos dos portugueses. O inquérito da CESOP da Universidade Católica para a RTP e para o jornal "Público", que decorreu entre os dias 11 e 14 de janeiro, coloca Ana Gomes no segundo lugar, com 14% dos votos, mais quatro pontos percentuais que André Ventura, líder do Chega, que fica em terceiro lugar nos resultados desta sondagem.

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Apesar da margem confortável de Marcelo Rebelo de Sousa, os resultados da sondagem mostram uma descida de cinco pontos percentuais em relação às intenções de voto dos portugueses em dezembro de 2020, altura em que o atual presidente português arrecadava  68%. No entanto, a descida não coloca em risco a reeleição logo na primeira volta.

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Ana Gomes soma 14% das intenções de voto dos portugueses, de acordo com as sondagens. créditos: WWW.PEDROPINA.NET

Numas presidenciais marcadas pela pandemia e em que se espera uma grande taxa da abstenção — o inquérito realizado não prevê as abstenções, mas dá por garantido que 62% dos inquiridos se vai deslocar às urnas no domingo —, o foco não está tanto no vencedor, dado que a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa não é uma surpresa, mas mais no candidato que ficará em segundo lugar.

Aquando do anúncio da sua candidatura a Belém, André Ventura referiu que se demitiria do cargo de líder do Chega caso ficasse atrás de Ana Gomes nas eleições — a antiga eurodeputada tem, atualmente, 14% das intenções de voto dos portugueses, Ventura arrecada 10%.

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André Ventura está em terceiro lugar nas sondagens, e quatro pontos percentuais atrás de Ana Gomes. créditos: WWW.PEDROPINA.NET

A 12 de janeiro, em entrevista à Antena 1, o candidato reiterou a promessa. "A Ana Gomes não tem o apoio oficial do PS. Acho que a maioria dos socialistas preferia que vencesse eu do que a Ana Gomes – não tem, portanto, o apoio de ninguém no PS, exceto de alguns desalinhados. Tem o apoio do PAN e do Livre, penso eu", disse André Ventura na mesma entrevista, onde também salientou que, caso não consiga vencer Ana Gomes tendo o apoio do seu partido, considera ter feito um "mau trabalho". "Há uma coisa que sei e admito: quero que o partido faça uma reflexão se esta liderança faz sentido ou deixa de fazer sentido”, disse o líder do Chega sobre uma eventual recandidatura à liderança do partido.

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Em quarto lugar na sondagem surge João Ferreira, apoiado pela CDU-PCP e Verdes, com 5%, seguido de Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, com 3%, e Tiago Mayan Gonçalves, da Iniciativa Liberal, com 3%. Vitorino Silva fica em sétimo lugar, com 2% das intenções de voto.

A abstenção poderá crescer ainda mais face a anteriores eleições, devido ao contexto atual. "Este é um ano atípico (…) e a situação de pandemia poderá fazer crescer a abstenção ainda mais do que seria de esperar", salientam os técnicos da Católica responsáveis pelo inquérito, que avançam ainda que um cenário de forte abstenção poderá ser mais prejudicial a Marcelo Rebelo de Sousa.

As razões apontadas vão de ser o candidato tido como "vencedor antecipado", e porque "não faz campanha e, assim, desvaloriza estas eleições". A situação do País, com o aumento de novos casos e mortes por COVID-19, pode também ser considerado pelos eleitores como responsabilidade do governante.