O presidente do Boavista Futebol Clube, Vítor Murta, de 45 anos, foi condenado esta sexta-feira, 16 de agosto, pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol por assédio sexual a uma funcionária da SAD do clube que atua na Liga Portugal, avançou o site "Flashcore". Em causa estão comportamentos ofensivos e discriminatórios, os mesmo comportamentos que fizeram com que fosse suspenso das suas funções e o obrigaram a pagar uma multa na passada segunda-feira, 12 (mas sobre um assunto distinto), assim como "expressões e alusões grosseiras" referentes ao género da vítima.
"Exercendo [Vítor Murta] um papel de autoridade sobre a ofendida, adotou quanto à mesma comportamentos ofensivos e discriminatórios em função do género, escolhendo a ofendida, enquanto mulher, como destinatária das suas expressões e alusões grosseiras, e de comportamentos inconvenientes e que importunavam a ofendida, isto por lhe atribuir um papel de género, por a ver como alguém sobre quem, por essa circunstância, poderia exercer os seus poderes e prerrogativas, coisificando a ofendida e ferindo, assim, a sua dignidade", explicou o Conselho de Disciplina, citado pelo site português.
"Durante o período de tempo em que a ofendida trabalhou na Boavista SAD, concretamente entre setembro de 2019 e meados de novembro de 2022, o arguido adotou, designadamente por meio de expressões e alusões grosseiras, comportamentos inconvenientes e que importunavam a ofendida, à data dos factos ainda bastante jovem", acrescentou. Durante esta época, Vítor Murta ainda era presidente da SAD e do clube, mas acabou por ficar a presidiar apenas o clube em maio quando Fary Faye tomou a sua posição na SAD.
Na segunda-feira, 12 de agosto, o empresário já tinha sido suspenso da sua função como presidente do Boavista durante seis meses também por “comportamentos discriminatórios", na sequência de um processo disciplinar instaurado em outubro de 2023. Além disso, foi ainda obrigado a pagar uma multa de 2448€. Quatro dias depois, é condenado por assédio sexual.