Fernando Silvestre, professor de Moral e diretor e encenador da companhia de teatro “O Andaime”, da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, foi condenado quinta-feira, 3 de outubro, a oito anos de prisão por 62 crimes de abuso sexual de menores dependentes, cometidos sobre 15 alunas. As vítimas tinham entre 14 e 17 anos. Apesar do processo em curso, o docente tinha sido recentemente colocado pelo Ministério da Educação numa escola secundária na Póvoa de Varzim. Mas, ainda de acordo com a condenação, ficará impedido de dar aulas por um período de 10 anos.

Para o Tribunal, a forma “coerente, convergente, assertiva e clara” com que as 15 vítimas dos abusos sexuais recordaram os factos e as circunstâncias em que os abusos tiveram lugar, convenceram “plenamente” o Tribunal. O Tribunal sublinhou que as vítimas depuseram “em termos absolutamente credíveis, convincentes e até comoventes”, sem qualquer sinal ou vontade de vingança, avançou o “Correio da Manhã”. 

Fernando, que à data dos factos, ocorridos entre 2014 e 2018, era docente de Educação Moral e Religião Católica na Escola Secundária Camilo Castelo Branco, estava acusado de 87 crimes de abuso sexual de menores dependentes. 

A juíza presidente disse que em julgamento se provaram 62 dos 87 crimes, rejeitando, por completo, a tese de “cabala” defendida pelo docente, atualmente com 54 anos, acrescentado que o mesmo era “um mestre na arte de manipulação e dissimulação”. O Tribunal de Guimarães aplicou ainda como pena acessória a proibição do exercício de funções públicas que envolvam contactos com menores durante 10 anos. 

Quando foi confrontado pela primeira vez com as queixas dos alunos, em dezembro de 2018, Fernando Silvestre ocultou o caso da mulher. Só o processo disciplinar de que foi alvo tornou o caso do conhecimento familiar, revelou a mesma publicação.