Já foi detido o professor que na manhã desta segunda-feira, 21 de outubro, agrediu um aluno do 8.º ano na Escola Secundária Rainha D. Leonor, em Alvalade, Lisboa.
O docente foi levado para a esquadra dos Olivais Sul e foi então interrogado e ouvido pelas autoridades. Ficará detido para amanhã, terça-feira, 22 de outubro, ser presente a tribunal. De acordo com a polícia, o homem estava num estado muito alterado, apresentando um discurso pouco conexo.
Ao que a MAGG apurou, as autoridades foram buscar o professor na sequência das agressões a um local que não foi revelado, sabendo-se apenas que não terá a detenção ocorrido na sua residência.
Na sequência do episódio violento, também os alunos foram ouvidos pelas autoridades. Fonte policial garantiu à MAGG que as versões das crianças, ouvidas individualmente, foram absolutamente coincidentes na descrição da agressão, o que para a polícia constitui facto inequívoco de que os jovens estão a dizer a verdade — uma vez que não houve tempo nem forma para que pudesse haver a construção de uma versão.
Fonte policial, que confessou nunca ter assistido a um episódio tão violento levado a cabo por um professor, adianta ainda que, após ter sido examinado e ter saído do hospital Dona Estefânia, o aluno de 13 anos vítima da agressão foi à esquadra prestar declarações, apresentando o pescoço em pior estado: segundo a descrição das autoridades, os dedos do professor estão marcados e visiveis na parte de trás do pescoço do aluno.
A agressão, que decorreu na aula de apresentação de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), terá sido provocada pelo facto de o aluno não querer entregar o telemóvel ao docente, que lho havia solicitado. Quando o jovem de 13 anos se afastou para que o aparelho não lhe fosse confiscado, o professor agarrou-o pelo pescoço e atirou a sua cabeça contra as mesas. A agressão inclui insultos verbais: “Dá cá o caralho do telemóvel, filho da puta”, terá gritado o professor, de acordo com a versão que o aluno contou à direção da escola.
Ao que o Ministério da Educação adiantou à MAGG, já foi disponibilizado "todo o apoio necessário a esta comunidade educativa", acrescentando que "foi instaurado um processo disciplinar a este professor contratado, que foi de imediato suspenso do exercício de funções, em todos os estabelecimentos de ensino onde lecionava."
Quanto à possibilidade de este professor continuar a lecionar e voltar a ser colocado numa escola no próximo ano letivo, depende do resultado do processo disciplinar instaurado, estando, no entanto, em cima da mesa a possibilidade de deixar de poder ensinar em estabelecimentos de ensino público, como prevê O Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário no art.117.º/2.
"A aplicação de penas disciplinares expulsivas a docentes não pertencentes aos quadros determina a incompatibilidade para o exercício de funções docentes nos estabelecimentos de educação ou de ensino públicos", pode ler-se.