Em outubro de 2021, uma raposa que aparentava estar esfomeada aproximou-se de umas mesas da esplanada do Freitas Bar, um café em Paredes de Coura. O animal acabou por receber um prato de comida que cultivaria uma amizade. Mas a história não parece ter acabado bem.
Esta raposa ia todos os dias comer ao café. Lambuzava-se com salsichas, de vez em quando bebia cerveja e lá ia dispensando o arroz de frango. Chegou até a comer bolo-rei, mas, no início de 2022, desapareceu sem deixar rasto. Deixou de aparecer no bar e também nunca mais foi vista pelos arredores.
Faltava-lhe uma parte do rabo (por culpa de caçadores), o que a distinguia das outras raposas. "Provavelmente terá sido vítima de um desses laços que alguém vai distribuindo por aí e que fazem vítimas ao acaso ou então de algum tiro cego de uma qualquer espingarda caçadeira", disse o proprietário do café, José Luís Freitas, ao jornal "O Minho".
"Infelizmente é assim a vida (ou a morte) de um animal selvagem e sem dono", concluiu, temendo que tenha acontecido "o pior" ao bicho. José Luís partilhava vários momentos da raposa nas redes sociais e o animal passou mesmo a ter fãs, que iam ao café de propósito para o conhecer.
"A relação foi algo em crescendo, começou com a estranheza em relação à visita, misturada com um pouco de receio. Afinal de contas, era um animal selvagem", recorda o proprietário do Freitas Bar, em Romarigães. "Rapidinho foi-me cativando a pontos de já esperar com ansiedade as suas visitas e ficar triste quando ele ia embora", afirmou.
Agora, o empresário acha que o seu amigo (já que era uma raposa macho) terá sido morta por caçadores, e não tem qualquer esperança de o voltar a ver. A caça à raposa é permitida em Portugal, "tanto através de batida como com uma matilha de até 50 cães ou à paulada", como confirma o mesmo órgão, com base no Decreto-Lei nº 202/2004.