De todos os planetas do Sistema Solar, Saturno será de longe o mais fácil de distinguir. Tudo por causa dos seus anéis, que constituem, ao todo, 400 mil quilómetros de largura, de acordo com aquilo que a NASA descobriu, depois de enviar sondas de visita a este mundo: o Pioneer 11, Voyager, Voyager 2 e Cassini.
Estas longas expedições deixaram descobrir muitas coisas sobre este planeta. Uma delas refere-se à constituição destes anéis, os mesmos que, de acordo com o que a NASA adiantou no final de 2018, estão a desaparecer, estimando-se que dentro de 100 milhões de anos deixem de existir. Foi a sonda Cassini — que orbitou em torno deste planeta durante 13 anos — que forneceu os dados aos cientistas que chegaram a esta conclusão. Em setembro de 2017 deu um mergulho planeado em Saturno e "morreu".
A esperança média de vida dos anéis é bastante mais curta, tendo em conta a previsão anterior: na década de 80, a previsão era diferente: a Voyager calculou que os anéis desaparecessem em 300 milhões de anos.
Mas o que são estes anéis? São “bolas de neve congeladas ou rochas cobertas de gelo”, segundo aquilo que explica a NASA. São entre 500 a 1000 e têm apenas cerca de 100 metros de grossura, sendo que se estendem ao longo de 280 mil quilómetros a partir deste planeta. O tamanho das partículas que os constituem varia: tanto são tão minúsculas que não se veem como são enormes, do tamanho de um autocarro.
Os anéis vão desaparecer na forma de chuvas, as quais já se sabiam que ocorriam. Só que agora estão mais pesadas, ou seja, desaparecem mais partículas em simultâneo, estando a ocorrer a 10 mil quilos por segundo. Há dois motivos: as radiações UV do sol e o impacto de pequenos meteoritos. "Os anéis estão a ser puxados para dentro de Saturno pela gravidade, na forma de uma chuva poeirenta de partículas de gelo sob a influência do campo magnético de Saturno", garante a NASA.
"Estimamos que esta 'chuva de anéis' drene uma quantidade de partículas de água capaz de encher uma piscina olímpica dos anéis de Saturno em meia hora", disse James O'Donoghue, do Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland. “Só por isto, todo o sistema de anéis terá desaparecido em 300 milhões de anos. Mas, acrescentando a isto a informação de medição de anéis caída no equador de Saturno detetada pela Cassini, os anéis têm menos de 100 milhões de anos para viver. Isto é relativamente curto, comparado à idade de Saturno, que tem mais de quatro mil milhões de anos ”.
No fundo, Saturno vai voltar à sua forma original, porque apesar de ter os tais quatro mil milhões de anos, os anéis só lá estão há cerca de 100 a 200 milhões de anos, conclui a NASA.