O governo está a estudar a hipótese de os restaurantes passarem a admitir clientes que apresentem teste negativo à COVID-19. De fora ficam os almoços durante a semana, e ao fim de semana a medida poderá permitir que os restaurantes estejam abertos após as 15h30, conforme ditam as restrições atualmente em vigor para os concelhos de risco muito elevado. No entanto, há ainda muitas dúvidas sobre a forma de aplicar esta medida, de acordo com a notícia avançada pelo jornal "Observador".

Uma delas diz respeito ao tipo de teste que será permitido, uma vez que ainda não se sabe se se vão tratar de autotestes, testes rápidos feitos à porta dos restaurantes ou nas farmácias. Atualmente, os cidadãos portugueses podem fazer até quatro testes gratuitos por mês nas farmácias, o que poderá favorecer a aplicação desta medida. Os autotestes são o maior ponto de debate no governo — devido à fiabilidade dos mesmos (80% face a 90% dos testes rápidos de antigénio e 98% dos testes PCR) —, situação que está a ser avaliada pelo setor da Saúde, revela o mesmo jornal.

Em aberto está ainda como é que a medida se vai aplicar aos jantar durante a semana e almoços ao fim de semana, sendo que apenas é certo que não estará em vigor aos almoços durante a semana.

O executivo está consciente de que "a Economia quer abrir ao máximo todas as possibilidades e entende que o autoteste é uma medida mínima válida", disse uma fonte do governo ao "Observador", mas reconhece que "a saúde é mais conservadora, quer ter a certeza que os testes são bem feitos e supervisionados por profissionais".

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Algo que poderá ajudar a implementar esta medida em estudo é o certificado digital europeu que, atualmente, já permite aos cidadãos, por exemplo, entrar e sair da Área Metropolitana de Lisboa se apresentarem os requisitos necessários (teste negativo, vacinação completa ou comprovativo de recuperação após infeção com COVID-19). Contudo, "se o certificado digital for a única forma de entrar num restaurante, é preciso dar oportunidade a toda a gente para ser vacinada ou então deve ser extremamente fácil e gratuito fazer um teste", defende outra fonte.

O certificado poderá ser agora mais fácil de usar, após o lançamento esta quinta-feira, 6 de julho, da nova app portuguesa Passe Covid, que permite validar o certificado digital COVID-98 da União Europeia.