A vacina contra a Covid-19 está a ser administrada em Portugal desde o final de dezembro de 2020. Os primeiros a serem vacinados foram os profissionais de saúde, tendo agora as vacinas já chegado aos lares para serem administradas aos utentes e aos funcionários — um dos grupos prioritários.

Contudo, alguns dirigentes de lares de idosos também já foram vacinados — como é o caso do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez, Francisco Araújo, e o autarca de Reguengos de Monsaraz, José Calixto — , algo que não estava previsto no plano de vacinação.  A decisão sobre quem recebe as vacinas foi dada pelo Ministério da Saúde às instituições.

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Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), alerta para o facto de não poderem ser invertidas as prioridades de toma da vacina, mas, caso existam instituições onde tanto os idosos como os profissionais já tenham sido vacinados e haja doses de sobra, estas não devem ser desperdiçadas. Segundo o presidente, a vacinação prioriza os utentes dos lares, depois, os trabalhadores e, por fim, os "dirigentes ativos".

"Não podemos ser absolutistas. Se há sobras, devem ser administradas. É melhor vacinar uma pessoa do que deitar vacinas fora, porque elas são escassas e necessárias. Aí, fica um bocado à sensatez e à consciência de cada um", referiu Lino Maia, citado pelo "JN",  salientando que, esta semana, quando contactar com os  diretores de lares de todo o País, fará um apelo para que "seja escrupulosamente cumprida a ordem de prioridades".

"Primeiro, o grupo dos utentes e, em segundo, o dos trabalhadores. O terceiro grupo é de pessoas que, na instituição, estejam em contacto com os dois primeiros e que eu designo por dirigentes ativos", afirmou Lino Maia ao mesmo jornal relativamente às prioridades da administração da vacina. Quanto à eventual vacinação de membros diretivos "ausentes e que tenham um intervenção à distância", segundo o presidente da CNIS, esta deve ser decidida "pela Saúde e pelos próprios, mas depende do senso de cada um".

"Não se deve passar por cima de ninguém. Atropelos nunca. Há uma ordem e essa ordem deve ser respeitada",  salientou o responsável acrescentando que também ele, apesar de ter 73 anos, ser cardíaco e já ter tido problemas oncológicos, aguarda pela vacina.