A vacina contra a COVID-19 pode chegar a Portugal ainda em 2020. Esta terça-feira, 15 de dezembro, a Direção-Geral da Saúde admitiu que existe uma possibilidade de as vacinas chegarem oito dias antes da data inicialmente indicada por António Costa — 5 de janeiro. Isto será possível caso a Agência Europeia de Medicamentos antecipe a aprovação do uso da vacina da Pfizer-BioNTech na União Europeia.
"A ‘task force’ [encarregada do projeto de vacinação] tem um plano adaptável", salientou Rui Portugal, o subdiretor-geral da Saúde, tal como escreve o "Correio da Manhã", e reconheceu ainda, caso o cenário se confirme, que "o esforço logístico terá de ser antecipado por oito dias". No entanto, Rui Portugal aproveitou a oportunidade para alertar que as vacinas não são eficazes a 100 por cento.
Apesar da possível antecipação das vacinas ser uma notícia muito positiva, o médico de saúde pública Ricardo Baptista Leite explica que "o governo ainda tem de revelar o número de doses que vão chegar", para ser possível aferir quantas pessoas serão vacinadas durante o primeiro semestre de 2021, salientou ao "Correio da Manhã". O especialista reforçou ainda que a aprovação da vacina pela Agência Europeia de Medicamentos dá garantias. "Trata-se de uma instituição muito exaustiva na avaliação de segurança, e isso é algo que nos dá conforto."
Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, partilhou da preocupação de Rui Portugal e lembrou que "as vacinas são seguras, mas não são inócuas" e existem "riscos associados". "Não está posto de parte que, à medida que vamos tendo milhões de pessoas vacinadas no mundo, possa haver uma reação severa", disse ao "CM".