Esta terça-feira, 20 de abril, foi avançado que a Johnson & Johnson, que está a ser produzida pelo laboratório Janssen, iria retomar a entrega das vacinas na Europa, após a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ter considerado os benefícios da vacina superiores ao risco.

"A EMA encontrou uma possível ligação a casos muito raros de coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas, […] mas confirma que o risco-benefício global permanece positivo", explicou em comunicado, citado esta terça-feira pela "TVI 24".  Esta avaliação foi feita depois se verificarem casos de eventos tromboembólicos após a toma desta vacina, tal como já tinha acontecido com a vacina da AstraZeneca. Em causa estão oito casos reportados (incluindo uma morte).

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Segundo a EMA, "todos os casos ocorreram em pessoas com menos de 60 anos de idade no prazo de três semanas após a vacinação, a maioria mulheres". Os efeitos da vacina da Johnson & Johnson parecem semelhantes aos da AstraZeneca, contudo os especialista assumem não ter conseguido identificar fatores de risco específicos e apelaram aos países que não deixassem de usar a vacina, mas sim que façam recomendações, escreve o "Diário de Notícias". 

Ao que este jornal conseguiu apurar, é isso que Portugal se encontra a fazer. "Face à exposição da EMA é muito provável que haja uma decisão semelhante à que foi tomada com a vacina da AstraZeneca", garantiu "fonte segura" ao "DN". Assim sendo, a vacina deverá ser recomendada apenas a pessoas com mais de 60 anos de idade.

A decisão deverá ser tomada ainda esta quarta-feira, 21 de abril, na reunião da Direção-Geral da Saúde (DGS) com o Infarmed, e comunicada posteriormente ao País.

Quanto aos efeito da vacina, a EMA alerta para que quem administra e quem recebe deva estar atento a sintomas como dificuldade respiratória, dores abdominais, constantes dores de cabeça e hematomas visíveis, no peito ou no abdómen. Se estes se sintomas se verificarem, as pessoas inoculadas devem procurar um médico de imediato. "Os profissionais de saúde e as pessoas que irão receber a vacina devem estar conscientes da possibilidade de casos muito raros de coágulos de sangue", referiram os peritos da EMA, citados pelo "Diário de Notícias".