O regresso ao ensino online, que começou esta segunda-feira, 8 de fevereiro, fez disparar a procura por computadores portáteis. Com o stock esgotado em estabelecimentos das maiores zonas urbanas, tal como destaca o "Público", a solução passa por encomendar computadores ou até recorrer a motores de busca online como o OLX, que vende equipamentos usados, semi-novos ou mesmo novos (embora nunca diretamente à marca).
E os números não deixam mentir: logo nos primeiros quatro dias de fevereiro (1 a 4), a procura por computadores portáteis na plataforma aumentou 5,45%, de acordo com dados cedidos pelo OLX à MAGG. Na semana de 11 de janeiro, por exemplo, cerca de um mês antes, a procura era de menos 3,15% em relação aos dados de fevereiro.
O preço também subiu. No início do mês de fevereiro, o valor médio por cada computador portátil vendido no OLX estava estabelecido nos 221,24€. A 11 de janeiro, os mesmos equipamentos eram vendidos por 214,27€.
A procura por estes equipamentos disparou a 26 de janeiro, quando o governo de António Costa anunciou que o ensino online se seguira ao período de interrupção letiva de 15 dias, sendo que a falta de stock de portáteis pode ter sido agravada pelo facto de muitas autarquias terem comprado centenas de equipamentos junto de distribuidores, escoando o stock das lojas, salienta o "Público".
Muitos educadores são também obrigados a despender mais dinheiro do que o inicialmente previsto. Quem opta por comprar equipamentos novos, prefere "modelos mais baratos (400 a 750€)", mas, com a falta de stock, muitos pais não têm alternativa senão adquirir computadores portáteis superiores e gastar "850 a 1000€", uma tendência observada no final de janeiro e início de fevereiro, relata Paulo Pimenta, responsável do site KuantoKusta à mesma publicação.
Dados da SONAE, empresa detentora da Worten, também indicam um aumento de mais de 40% na procura destes equipamentos. "Desde que se fala no regresso do ensino à distância é que se registou, efetivamente, um aumento significativo na procura de portáteis", confirmou uma fonte oficial da empresa ao "Diário de Notícias".
Atualmente, existem, pelo menos, 300 mil estudantes sem computador próprio em casa, de acordo com uma estimativa da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE). Para já, foram entregues 100 mil computadores a alunos carenciados do secundário, mas faltam ainda chegar 350 mil portáteis já adquiridos pelo governo, que prevê-se "que comecem a ser distribuídos no segundo período letivo”, ou seja, até ao final de março, de acordo com o ministro da Educação (ME), Tiago Brandão Rodrigues.