
A ModaLisboa não é só o local por onde passam as coleções dos maiores criadores de Portugal. É também o sítio indicado para andar atento ao que é tendência (e aquilo que devemos evitar). E não, não nos referimos apenas à roupa, visto que a moda anda de mãos dadas com a beleza – e os cabelos também ajudam a construir um look.
Por isso, aproveitámos a ModaLisboa Capital, que se iniciou esta quinta-feira, 6 de março, e decorre até este domingo, 9, para saber o que se avizinham nos próximos meses em termos de tendências. Aliás, esta edição é simbólica nesse universo, visto que marca o 20.º aniversário da L'Oréal Professionnel como patrocinadora de tudo aquilo que diga respeito a cabelos.
E com quem melhor falar do que com Helena Vaz Pereira? Sim, a hairstylist dos famosos, proprietária de um dos salões mais badalados da capital, Griffe Hairstyle, e que também já está a trabalhar na magia dos cabelos que passam pela passerelle do evento lisboeta há 25 anos, altura em que percebeu que "era isso que adorava" e que, atualmente, é o que a ajuda a sair "da rotina de salão".

Assim, admitindo que o "cabelo faz parte da construção da imagem e é quase como com um acessório" – afinal, podemos estar "com a roupa incrível, mas, se ele não estiver bonito, nada feito" –, quisemos saber que tendências é que temos de seguir nos próximos meses, para que até na forma como arranjamos os fios estejamos a arrasar.
De cortes a cores, passando pelos penteados, a palavra de ordem é pluralidade, garante Helena Vaz Pereira. "A diversidade é sempre o mais interessante, porque o cabelo é o dia que te apetece", afirma, em entrevista à MAGG. "Tu podes de manhã acordar e apetecer-te um cabelo muito slick e risco ao meio e fazeres um coque... Como, de repente, lavas o cabelo e perdes um bocadinho mais de tempo a fazer um blow dry com volume", explica.
Este ano, o equilíbrio faz-se entre o arranjado e o natural, no que aos penteados diz respeito. "Vejo cabelos muito apanhados e sleek, naturais, eu acho que a naturalidade está em cima", afirma a especialista. Mas, atenção, naturalidade não significa desleixo – é tudo uma questão de atitude e styling. Um bom exemplo? O desfile de Luís Carvalho nesta edição da ModaLisboa, conta-nos.

"Tens um blow dry, que é um cabelo que é tendência, que é estruturado, e que é voltarmos aos inícios de quem é profissional e que sabe controlar um cabelo, com escova e com rolos, com volume. E depois tens um coque, que era super simples, que é risco ao meio e que tu podes recriar em casa", exemplifica Helena Vez Pereira, referindo-se a estes dois estilos distintos, mas ambos tendência e fáceis de adaptar ao dia a dia.
No fundo, a maior tendência é a liberdade de escolher e adaptar o cabelo ao estado de espírito com que somos presenteados ao acordar. A conversa é um bocadinho diferente se falarmos de cortes, visto que tudo depende daquilo que nos fica bem. Segundo a hairstylist, "a maior tendência é aquilo que nos favorece, é a nossa beleza interior". Ainda assim, não descura que há certos cortes que estão em voga.
"Há vários bobs", começa por dizer, acrescentando que estes foram ganhando outras variações, como os "pixies, os mullets e os butterfly" cuts. ... Lá está, a chave de ouro passa sempre por adaptar a cada rosto aquilo que lhe fica bem, o que, por sua vez, significa que não há uma regra universal. Mas uma coisa é certa: "Agora temos visto coisas muito mais interessantes, com imensas camadas. Um bocadinho dos anos 80", frisa, dizendo que isso também se aplica às franjas, que aparecem em todos os formatos e feitios.
Espreite exemplos de cortes
E no que toca à cor? Bem, é caso para dizer "adeus" a tons frios e ultra-platinados e "olá" aos mais quentes e naturais. "As cores tendências são o bronde [mistura entre loiro e moreno], as mais quentes, como os ruivos" – mas não aquele ruivo vermelho, tudo mais natural possível, atenção. O mesmo se aplica aos loiros, que também devem ser mais dourados do que aquilo a que nos habituámos nos últimos anos.
No entanto, Helena Vaz Pereira afirma que escolher a cor certa é mais do que seguir tendências – tem tudo que ver com o tom de pele e a cor dos olhos. "Os tons frios, como o loiro [platinado], fica bem em quem tenha um tom de tez muito clara e olhos claros", explica, dizendo que o mesmo se aplica aos ruivos. O truque é personalizar, perceber o que realmente favorece e ter um bom profissional a acompanhar o processo.
Espreite as cores tendência
A naturalidade na cor também passa pela técnica. Quanto mais subtil e natural for a coloração, menos manutenção exige e mais fácil se torna o dia a dia. "Madeixas, balayage, também se continua a ver, mas com uma técnica completamente diferente, ou seja, não vem tanto do crescimento, da raiz, mas do meio e das pontas", acrescenta a profissional.
A grande conclusão disto tudo? 2025 é o ano em que se abraça a autenticidade. A cor, o corte e o penteado são ferramentas para expressar identidade e devem adaptar-se ao dia a dia de cada um. O cabelo, mais do que nunca, é um acessório que complementa a imagem – e, segundo Helena Vaz Pereira, a única tendência que realmente importa é aquela que faz cada pessoa sentir-se bem.