O Bulimia Project, uma iniciativa para alertar para os perigos dos distúrbios alimentares, recorreu à Inteligência Artificial para que esta produzisse corpos masculinos e femininos considerados "perfeitos", tendo em conta os conteúdos que possuem maior engajamento nas redes sociais.
"Vejam como a Inteligência Artificial acha que o corpo humano devia ser com base nas redes sociais e na World Wide Web", começa o projeto, que divulgou os resultados online. Através de softwares como Dall-E 2, Stable Diffusion e Midjourney, alcançaram aquela que seria a imagem ideal do corpo humano.
Concluíram que em 50% das imagens que mostram homens "perfeitos", estes são morenos, 70% com cabelo castanho e 23% com olhos castanhos. E 40% das que mostram as mulheres "ideais", retratam-nas loiras, com 30% tendo olhos castanhos. Ambos surgem com pele morena.
"Tendo em conta que as redes sociais usam algoritmos com base no conteúdo que prende mais a atenção, é fácil perceber porque é que as conclusões da Inteligência Artificial são mais sexualizadas", escreve o Bulimia Project, que reforça que os resultados finais são "bastante irrealistas".
"Na era dos filtros do Instagram e do Snapchat, ninguém pode alcançar, de forma razoável, os padrões físicos estabelecidos pelas redes sociais. Então, porquê tentar encontrar ideais irrealistas? É mentalmente e fisicamente mais saudável manter as expetativas da imagem corporal no reino da realidade", aponta o relatório final.
Para chegar a estas imagens, a Inteligência Artificial examinou as estatísticas de engajamento das redes sociais com ferramentas especializadas e observou milhões de imagens de pessoas partilhadas online. Tanto os corpos femininos como masculinos aparentavam ter sido alvo de manipulação (recorrendo a softwares como o Photoshop, por exemplo).