A novela entre Justin Baldoni e Blake Lively nunca mais acaba. O ator e realizador apresentou em tribunal uma gravação de pouco mais de um minuto que, segundo a defesa, mostra a atriz a improvisar um beijo numa cena cortada de "Isto Acaba Aqui". Os advogados do cineasta dizem que esta não constava do guião original, segundo a "People".

O momento, filmado num corredor de hospital, mostra Lily Bloom, a personagem principal interpretada por Blake Lively, a aproximar-se de Ryle Kincaid, a quem Baldoni dá vida, com tensão no ar, a cumprimentá-lo com um beijo rápido e a afastar-se logo de seguida. Esta aparece registada como sendo de maio de 2023 e está a ser usada na batalha judicial entre a dupla, que se arrasta desde dezembro do ano passado.

Os advogados de Justin Baldoni alegam no processo que Blake Lively "supervisionou" a cena e que "ela própria acrescentou ao guião, no qual a sua personagem beijava a personagem de Baldoni em todos os takes, embora não houvesse nenhum beijo no guião". E isto, segundo a equipa do ator, não vai ao encontro das imposições da colega de elenco.

Ou seja, quando estavam a preparar-se para retomar as filmagens após as greves de Hollywood, Blake Lively reuniu-se com Justin Baldoni e os produtores em janeiro de 2024, apresentando uma longa lista de condições para voltar ao trabalho. Uma delas dizia respeito a "não improvisar mais beijos", de acordo com a queixa da atriz, que deu início ao processo, em dezembro 2024.

Foi nessa altura que a atriz apresentou a primeira queixa formal, denunciando comportamentos inadequados do colega durante as filmagens de "Isto Acaba Aqui". Nos documentos entregues ao tribunal, a atriz descreveu episódios em que Baldoni teria mostrado conteúdos explícitos no set, feito comentários sobre o seu peso, falado abertamente do vício em pornografia e insistido em introduzir cenas sexuais que não estavam no guião.

Depois de Blake Lively, há mais uma atriz de "Isto Acaba Aqui" a acusar Justin Baldoni de assédio
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O ator acabou por reagir de forma agressiva às acusações, negando cada ponto e acusando Blake Lively de fabricar uma narrativa para encobrir dificuldades no set. O ator acabou por avançar, nesse ano, com processos de difamação contra a atriz, Ryan Reynolds e o "The New York Times", cuja cobertura mediática do caso, segundo ele, distorceu os factos e arruinou a sua reputação.

A disputa escalou ao longo de 2024 e continuou em 2025, com ambos os lados a divulgar documentos, vídeos e trocas de e-mails para tentar sustentar as suas versões. Em maio de 2025, Blake Lively tentou retirar especificamente a acusação de “sofrimento emocional intencional”, depois de a defesa de Baldoni exigir acesso aos seus registos médicos. O resto do processo, contudo, continuou a avançar.

A 12 de julho de 2025, um juiz norte-americano rejeitou o processo de 400 milhões de dólares movido por Baldoni, declarando que o realizador não apresentou provas suficientes para demonstrar que a atriz e o marido mentiram, e afirmando ainda que a reportagem do jornal se baseou em documentos legítimos do processo. A equipa jurídica de Blake Lively celebrou a decisão como “uma vitória total”.