Quase duas semanas após Blake Lively ter processado Justin Baldoni por assédio sexual e por uma campanha de difamação durante as filmagens de "Isto Acaba Aqui", eis que o ator respondeu à letra. O artista iniciou um processo judicial contra o jornal "The New York Times", responsável por publicar um artigo no qual expunha a conduta do ator, e exige uma indemnização de 250 milhões de dólares.
O processo, que tem 87 páginas, de acordo com a "People", foi instaurado na terça-feira, 31 dezembro, e também pressupõe defender a honra de outros intervenientes, como a produtora do ator, a Wayfarer Studios, e membros da equipa de relações públicas e parceiros de negócios de Justin Baldoni, que também foi realizador do filme.
Esta ação surge não só como resposta às acusações de assédio sexual feitas pela atriz, bem como à alegada cobertura enviesada dos factos por parte da prestigiada publicação norte-americana. Justin Baldoni diz que o artigo do jornal estava "repleto de imprecisões, distorções e omissões" e que se baseou numa “narrativa a favor" de Blake Lively, diz a CNN.
O processo alega que o "The New York Times" não teve "integridade jornalística" ao cobrir as alegações de assédio sexual imputadas por Blake Lively e acusa-o de, além de se ter baseado apenas na versão da atriz, ter ignorado "uma panóplia de provas que contradiziam as suas alegações e expunham as seus verdadeiros intenções".
A queixa também enumera vários exemplos que refutam as acusações que foram imputadas ao ator. Por exemplo, o artigo do "The New York Times" escreveu que Justin Baldoni entrou várias vezes no camarim de Blake Lively "sem ser convidado enquanto ela estava despida, nomeadamente quando estava a amamentar" – e o artista diz que não foi bem assim.
O processo mostra alegadas mensagens de texto, provenientes da atriz, que refutam essa versão dos factos. "Estou a amamentar no camarim, se quiseres treinar as nossas falas", terá dito Blake Lively. "Certo. Estou a comer com a equipa e vou para aí", terá respondido Justin Baldoni, de acordo com a "People".
Por isso, embora o artigo da publicação tenha tido como objetivo expor a campanha de difamação levada a cabo pelo ator e respetiva equipa, são precisamente essas pessoas que a acusam de fazer o contrário. "Nesta campanha de difamação perversa, totalmente orquestrada por Blake Lively e a sua equipa, o 'The New York Times' cedeu aos desejos e caprichos de duas poderosas elites 'intocáveis' de Hollywood", acrescentou Bryan Freedman, advogado de Baldoni.
Em comunicado, a publicação rejeitou as acusações. "O papel de uma organização noticiosa independente é seguir os factos até onde eles nos levam", lê-se na missiva, citada pela CNN, que acrescenta a história foi coberta "de forma meticulosa e responsável", tendo por base uma "análise de milhares de páginas de documentos originais".
Esses documentos, segundo o "The New York Times", incluem "mensagens de texto e e-mails", que a publicação admite ter citado "exata e extensamente no artigo". "Até à data, a Wayfarer Studios, o sr. Baldoni, os outros autores do artigo e os seus representantes não apontaram um único erro", remata o periódico.
Imediatamente após as acusações virem a público, o ator começou a sentir as represálias. Além de vários colegas se terem pronunciado a favor de Blake Lively, incluindo Colleen Hoover, a autora do romance que deu origem ao filme, Justin Baldoni foi afastado da agência que o representava, a WME, e também lhe foi retirado um prémio de solidariedade para com as mulheres, que lhe tinha sido atribuído em dezembro.