Anna Kournikova sempre foi muito mais do que um rosto bonito no mundo do ténis, mas a sua vida está, hoje em dia, bastante diferente. Dois anos depois da sua última aparição pública, a antiga desportista russa foi vista numa cadeira de rodas, com uma bota ortopédica, acompanhada pelas filhas. Um contraste gritante com os tempos em que dominava as capas de revistas, diga-se.
A tenista russa, que chegou a ser número oito do mundo em singulares e número um em pares, foi vista no centro comercial Bal Harbour de Miami, acompanhada pelas filhas Lucy, de 7 anos, e Mary, de 4, fruto da relação que mantém com o cantor Enrique Iglesias. Uma aparição simbólica não só porque é a primeira em anos, mas porque vive isolada do mundo, numa mansão com um muro com mais de quatro metros, diz o "Daily Mail".
Mas porque é que isto aconteceu? Bem, Anna Kournikova despediu-se dos courts em 2003, com 22 anos, devido ao seu historial de lesões crónicas, especialmente na coluna e nos tornozelos. A carga intensa de treinos e competições agravou essas condições, levando-a a sofrer múltiplas hérnias discais e dores persistentes, tendo tomado a difícil decisão de se retirar do circuito profissional, apesar de ainda ter potencial para continuar.
Ao longo dos anos, a ex-atleta apostou numa vida discreta, longe da ribalta e do burburinho mediático que a acompanhava desde os tempos de jogadora. A relação com Enrique Iglesias, que conheceu em 1999 e com quem está desde 2001, sempre foi envolta num mistério desmedido – são casados? Não são? Pouco importa, porque vivem com os três filhos em Miami, por detrás de autênticas muralhas.
A privacidade tornou-se uma prioridade para o casal, especialmente depois de Anna Kournikova ter tido más experiências com stalkers. Por exemplo, em 2005, William Lepeska, um sem-abrigo de 40 anos, desenvolveu uma obsessão pela tenista russa e, convencido de que tinha uma ligação especial com a mesma, nadou (todo nu) na Baía de Biscayne, em Miami, na tentativa de encontrar a casa da atleta, lembra o "Herald Tribune".
No entanto, o homem acabou por invadir a propriedade de um vizinho, onde foi detido pelas autoridades. Durante a detenção, descobriu-se que tinha "Anna" tatuado no braço direito, prova da sua fixação pela tenista. Além disso, contava com um passado violento: em 1999, por exemplo, tinha sido condenado por esfaquear um estudante universitário em Milwaukee enquanto este dormia, segundo o "ESPN".
Desde então, a segurança foi reforçada e a distância dos holofotes tornou-se ainda maior. Até porque, enquanto ainda praticava a modalidade ativamente, foi vítima de várias críticas, que davam a entender que a fama que tinha se devia mais à beleza do que ao talento. Ainda assim, deixou um legado no mundo do ténis, tendo sido semifinalista em Wimbledon e tendo chegado a número 8 do mundo.
Contudo, foi no ténis de pares que brilhou ainda mais, tendo conquistado o Open da Austrália por duas vezes ao lado de Martina Hingis e atingido o topo do ranking mundial. Mais do que isso, foi responsável pelo caminho que várias jogadoras russas trilharam, como é o caso de Maria Sharapova, Svetlana Kuznetsova e Anastasia Myskina, que viriam a conquistar títulos no Grand Slam.
Anna Kournikova também foi um autêntico fenómeno da cultura pop. Foi capa de inúmeras revistas, como as edições russas da "Women's Health" e da "Cosmopolitan", bem como da "Maxim" norte-americana, inspirou campanhas publicitárias icónicas, foi eleita a mulher mais sexy do mundo pela revista "FHM" e até deu origem a um dos primeiros vírus informáticos, que foi apelidado à sua imagem – sim, leu bem.
O "Vírus Anna Kournikova" espalhou-se rapidamente em fevereiro de 2001, de acordo com a "Wikipédia". Chegava aos utilizadores disfarçado de uma imagem da tenista russa, através de um e-mail com o título "Here you have, ;0)" e um anexo chamado "AnnaKournikova.jpg.vbs". Quando a pessoa abria o anexo, o vírus espalhava-se automaticamente pelos seus contactos eletrónicos.
Nos últimos anos, a tenista, apelidada de "teen sexpot", expressão usada para descrever uma mulher atraente ou sedutora de uma forma exagerada ou provocante, dedicou-se à família e a uma vida mais privada – e as últimas imagens da atleta são prova de que não precisa dos holofotes para ser relevante. Seja como for, veja algumas fotos da tenista.