Depois de ter estado à conversa com Daniel Oliveira, no "Alta Definição", este sábado, 11 de fevereiro, Luís Montenegro marcou presença no "Dois às 10", na TVI, esta terça-feira, 13. O líder da Aliança Democrática (coligação candidata às legislativas que junta PSD, CDS-PP e PPM) falou sobre a carreira política, da importância da família, da infância em Espinho e até da sua veia para o desporto e para a cozinha.

Quem denunciou o seu gosto para a culinária foi a irmã, Isabel, e a mãe, Maria Virgínia, que foram entrevistadas para o programa. "Ele, quando chega, vai logo ver os tachos, prova e põe mais um bocadinho disto, mais um bocadinho daquilo. Ainda retifica os meus temperos", diz a mãe do social-democrata, referindo-se aos convívios que a família organiza todos os domingos.

De acordo com Isabel, o irmão é conhecido pelo seu "famoso arroz de cabidela", mas não é a única iguaria para a qual tem aptidão – até porque foi do pai, que morreu aos 66 anos, que herdou os dotes culinários. "Ele faz muito bem o frango estufado, que é um frango diferente que ele aprendeu com o meu pai", diz, acrescentando à lista pratos como a sopa de peixe e bifinhos grelhados com um molho também da autoria do pai de ambos.

"Basicamente, ele cozinha bem tudo", rematou a irmã de Luís Montenegro. E Maria Virgínia, confirmando que o filho tem efetivamente jeito para a coisa, corrobora também o facto de este ter aprendido tudo com o pai – até porque também ela admite ter sido aprendiz do próprio marido, segundo reitera, entre risos.

Nesta entrevista, feita de memórias, a família ainda aproveitou para recordar aspetos interessantes desta altura. Por exemplo, na escola, se os colegas ficassem chateados com o mesmo, havia uma alcunha especial que lhe chamavam – ervilha –, algo de que não gostava. "Quando ele era pequeno, ele tinha o olho azul, mas era assim um azul esverdeado. Havia ali uma cor muito semelhante à da ervilha e foi um amigo nosso em comum que se lembrou. Todos acharam um piadão e ficou", rematou Isabel.

Luís Montenegro fala sobre a morte do irmão. "É um vazio... falta-nos qualquer coisa"
Luís Montenegro fala sobre a morte do irmão. "É um vazio... falta-nos qualquer coisa"
Ver artigo

Luís Montenegro também falou sobre esses tempos que passou em Espinho, de onde é natural, altura em que o significado de liberdade era brincar na rua. "Saía de casa, aos 10 anos, com a chave de casa, com segurança", afirma, lembrando que nessa altura o desporto era uma realidade muito presente.

"Sempre tive uma grande tendência para a prática do desporto, também fruto das condições que a cidade proporciona – por ser muito plana, por ter boas instalações, por ter a praia", continua. Uma das suas modalidades preferidas era o futebol, embora tenha praticado mini trampolins, ténis e até voleibol. Hoje em dia, é com os filhos que continua a praticar desporto, nomeadamente padel e ténis.

Luís Montenegro é casado com Carla Montenegro, que conheceu aos 17 anos, com quem namorou 10 e com quem está casado há quase 24. O casal tem dois filhos, de quem também o político também falou, à conversa com Cristina Ferreira e Cláudio Ramos. Assumindo que a política rouba tempo em família, algo confirmado por Hugo, o filho mais velho, diz que é nessas alturas que se vê obrigado "a conter as lágrimas".

"Eu agora fiz um esforço e consegui. Hoje consegui conter as lágrimas. Nem sempre é fácil, com testemunhos e com a intensidade destas palavras", brinca o social-democrata, acrescentando que se emociona facilmente, apesar de ser uma das suas "facetas menos conhecidas". "Eu acho que tenho um ar mais austero, mais formal, mas sou uma pessoa terra-a-terra, muito emotiva também", frisa.

No fim da entrevista, dizendo que não queria "politizar a conversa", aproveitou para lançar farpas ao Partido Socialista, cujos resultados da governação dos últimos oitos anos são, do seu ponto de vista, "francamente maus". "São maus do ponto de vista da dinâmica económica, são sobretudo maus do ponto de vista social", frisa, acrescentando que "as pessoas vivem pior hoje".

Em relação ao que acontecerá se não ganhar as eleições legislativas antecipadas, que decorrem a 10 de março, diz que é uma grande derrota. "Não vale a pena esconder. Eu acho que temos uma responsabilidade. Eu sinto-a e assumo-a", remata.