Chiara Ferragni está a passar por um período conturbado. Depois de se ter afirmado no mundo do digital e construído um império, uma polémica recente fez com que esteja cada vez mais perto de desabar. Isto porque a Pantene, marca da qual era embaixadora desde 2016, não renovou contrato com a influenciadora italiana – e não foi a única a cortar relações.
A marca de produtos para cabelo elegeu a modelo israelita Havi Mond para ocupar o lugar de Chiara Ferragni. A notícia já era conhecida desde janeiro, altura em que foram divulgadas as primeiras imagens da modelo, mas a etiqueta só agora anunciou oficialmente a mudança. Mas, afinal, o que motivou esta mudança?
Tudo começou em 2022, quando a influenciadora fez um acordo com a pastelaria Balocco. Em causa estava a venda de uma edição especial de bolos pandoro, uma iguaria natalícia típica de Verona, para a época festiva desse mesmo ano. Cada bolo estava a ser vendido a mais de nove euros, sendo que normalmente estava a metade o preço – mas não foi só isto que fez com que a polémica irrompesse.
Foi dito que a compra deste doce servia para ajudar o hospital Regina Margherita e apoiar a investigação contra os tumores infantis, através do financiamento de um percurso de investigação promovido pela unidade de saúde, segundo o "El País". A publicidade e os preços mais elevados induziram os consumidores em erro, já que pensavam que, ao comprarem o bolo, estavam a contribuir diretamente para a causa.
Mas não era isso que estava a acontecer, porque só foi realizada uma doação de 50 mil euros para a instituição de solidariedade (e antes de a campanha ser levada a cabo sequer). Trocado por miúdos, as vendas do produto não tiveram qualquer efeito sobre as doações – e isto fez com que, no ano seguinte, em junho, a autoridade garante da concorrência e do mercado de Itália começasse uma investigação.
Chiara Ferragni acabou por ser multada em mais de um milhão de euros por deslealdade, assim como a Balocco, que teve de pagar 420 mil euros, segundo declarou a autoridade garante da concorrência e do mercado de Itália, em dezembro de 2023. Depois de permanecer em silêncio por vários dias, a influenciadora pediu desculpa e, através de um vídeo publicado na sua página de Instagram, anunciou que ia doar um 1 milhão de euros ao hospital, segundo a "Vogue Brasil".
"O meu erro de boa fé foi ligar uma atividade comercial e uma de solidariedade. Infelizmente, os erros acontecem, peço desculpas e percebo que poderia ter agido de melhor forma", disse Chiara Ferragni. Contudo, nem o pedido de desculpas fez com que outras marcas começassem a cortar relações com ela.
Desde então, Chiara Ferragni tem vindo a perder outras parcerias que o império que tinha a permitiu fechar, como foi o caso daquela que mantinha com o grupo italiano Safilo, detentor de marcas como Carrera, Marc Jacobs ou Ray-Ban, que cancelou o acordo de licenciamento para design, produção e distribuição da coleção de óculos da marca Chiara Ferragni.
A lista não se fica por aqui, sendo que, nos últimos meses, a Coca Cola bloqueou um anúncio em que esta devia participar, não foi confirmada no conselho de administração da Tod's e rompeu a colaboração com a Cartiere Pigna. Até no número de seguidores de Instagram a polémica se tem refletido, tendo perdido mais de 500 mil, segundo disse o "Il Messaggero".
Como se isto não bastasse, a influenciadora também tem sido posta à prova a nível pessoal. Chiara Ferragni separou-se do marido, o rapper italiano Fedez, conforme começou a ser noticiado em fevereiro deste ano. Estavam casados há cinco anos e são pais de Leone, de cinco anos, e Vittoria, de dois. O casal chegou a ser protagonista de um reality show da Prime Video, "The Ferragnez", que teve duas temporadas.