David Carreira garante que 2022 não está para brincadeiras. Afinal, o que aí vem? Um álbum? Uma digressão? Uma novela? A resposta é simples: tudo. É que o cantor decidiu abraçar três novos projetos, depois de dois anos a meio gás. E, agora, garante que o público vai conhecer um David diferente.
Não só em cima do palco e na música, mas na televisão: já que estamos prestes a assistir à estreia de David Carreira num registo diferente, aliado à comédia, na "Rua das Flores", um novo projeto da TVI.
Já lá vão dez anos de carreira e David fez questão de assinalar a data com um presente especial para os fãs: uma digressão por Portugal e França. Casino 2000, Bataclan, Coliseu de Elvas e Super Bock Arena são os recintos para os quais ainda há bilhetes disponíveis, sendo que as salas de espetáculo do Coliseu de Lisboa e do pavilhão Multiusos de Guimarães já estão totalmente esgotadas.
Já está confirmado que, apesar dos pedidos dos fãs, não serão anunciadas segundas datas para nenhum dos recintos em causa. E, em entrevista à MAGG, o cantor explica porquê.
"Podia ter aberto uma segunda data no Coliseu de Lisboa e no Multiusos de Guimarães, que já esgotaram, mas não quis por uma razão", começa por dizer.
"Durante estes dois anos, percebi que há muitos fãs que não conseguiam ir aos meus concertos apenas pelo sítio onde moram. Porque as digressões simplesmente acabavam por não passar lá. Então a minha ideia, nesta digressão dos 10 anos de carreira, foi mesmo fazer todos os concertos em sítios diferentes, sem repetir nenhum. Para dar a possibilidade a mais gente de assistir [ao espetáculo]", acrescenta.
Mickael Carreira vai em digressão com o irmão
O cantor revela tudo (o que pode) sobre a nova digressão, com a garantia de que será, até à data, a que melhor espelha quem é e tudo o que aconteceu na última década.
"A ideia por detrás da tour é fazer uma retrospetiva destes últimos dez anos. Tanto a nível das músicas como dos momentos", explica. "Vou mesmo buscar vários momentos destes últimos dez anos e vou retratá-los ao longo do concerto. Por exemplo, a primeira música que alguma vez toquei no Coliseu [de Lisboa], agora, será também a primeira música que vou tocar neste novo alinhamento. Mas há muitos mais".
Em entrevista, o cantor revela que, ao longo de cada concerto, o público terá acesso a vídeos exclusivos que abrem a porta a muito do que aconteceu em privado, desde a criação das músicas a momentos de bastidores. "É bem provável que, ao longo do concerto, consigam [com a ligação entre a música e as imagens] perceber o momento de criação do tema", avança.
Para os fãs, é uma viagem ao passado. Para todos os outros, uma oportunidade de conhecer quem é o David Carreira, confirma. Apesar de o cantor não ser o único a pisar o palco.
A nova digressão vai mesmo contar com convidados especiais, cujos nomes David garante não poder revelar. Ainda assim, em entrevista à MAGG, abriu uma exceção e confirmou que o irmão, Mickael Carreira, será um dos artistas com quem vai partilhar palco.
“Convidados ainda não posso revelar, mas posso dizer que vou ter. E, vá, posso revelar um, que é o Mickael, o meu irmão. Já cantámos juntos antes, mas, agora, a ideia não é cantar só uma música, mas fazer um medley, em que tocamos mais músicas", diz.
"Subir a palco só para cantar um tema nem dá tempo para aproveitar, porque é muito rápido. São quatro minutos, o momento acaba e nem te apercebes. Então, desta vez, vamos cantar várias músicas juntos e as pessoas vão poder desfrutar daquele momento durante mais tempo", conta.
Já quais serão as músicas, David mantém segredo. "Vamos misturar músicas dois dois: ele escolhe as minhas e eu escolho as dele". Mas uma coisa é certa: os fãs ter direito a ouvir músicas novas de David Carreira.
Vem aí música nova: mas para quando um dueto com a namorada, Carolina Carvalho?
"Este vai ser o álbum com mais impacto. Porque nunca demorei tanto tempo a fazer um álbum e também pelo registo em si. Há um registo mais próximo do que tenho feito, mas há um outro completamente diferente. E é esse que tenho vindo a explorar mais", explica.
"Os temas são todos em português, pelo menos por enquanto. Mas há parcerias com artistas estrangeiros e nacionais também. Não posso revelar quais serão, mas é um álbum repleto de parcerias", diz.
"Há músicas do próximo álbum no alinhamento desta digressão. E mais do que uma. Tenho andado a trabalho neste álbum durante os últimos dois anos e agora já estou mesmo na fase final. E a ideia é ir lançando músicas novas durante a digressão, que vão entrando depois para o alinhamento dos concertos.
Se, entre elas, estará algum tema escrito e gravado em parceria com Carolina Carvalho? David Carreira avança que " ainda não está nada gravado", mas não descarta a hipótese de, no futuro, lançar um dueto original com a namorada. Convicto de que "há boas hipóteses" de a atriz aceitar.
As sessões de autógrafos vão regressar
Depois de dois anos exclusivamente digitais, a vontade de estar perto do público é ainda maior. E David Carreira conta que não vai abdicar das sessões de autógrafos depois dos concertos nesta nova digressão. Isto, se a pandemia assim o permitir, deixa a ressalva.
"Faz-me falta, até porque me habituei a isso. Já são dez anos de concertos e sessões de autógrafos depois, portanto já tive muito tempo para conhecer bem as pessoas que me acompanham. É uma relação diferente: sei os nomes, conheço as caras", explica. "As pessoas vêm sempre com uma boa vibe. Às vezes, cansados, coitados, porque estão horas na fila. Mas é fixe. E tanto eu como os fãs estamos com saudades".
Agora, quanto tempo é que cada fã tende a esperar por um autógrafo? "Depende dos concertos" e, claro, da dimensão das filas. Mas o artista explica que nunca dedica menos de uma hora e meia às sessões de autógrafos.
"O mínimo diria que anda ali à volta de uma hora e meia. E o máximo, nem sei. Já fiquei até às 6 horas e meia da manhã a dar autógrafos e o concerto deve ter acabado lá para as 00h30", conta.
À MAGG, David Carreira admite que não tem medo de que, cara a cara, depois de dois anos à distância, os fãs acabem por tecer comentários intrusivos, até porque, diz, tem "um público muito tranquilo".
"Episódios mais constrangedores são raros”, começa com explicar. Ao fim de 10 anos de carreira, David confirma que já conseguiu criar uma linha que separa a vida pública da privada e avança mesmo que acredita que os próprios fãs não a querem transgredir.
David Carreira será Fábio na "Rua das Flores"
O cantor já tinha anunciado que 2022 seria repleto de novos desafios e o novo projeto da TVI será, talvez, o maior de todos. Mas, afinal, é uma série ou uma novela? A dúvida permanece.
"Diria que é uma mistura. É um projeto mais próximo de série, porque é mais curto, mas também não tem só dez ou 15 episódios. Diria que é mais série, mas é um conteúdo mais humorístico. No fundo, é uma comédia", começa por explicar.
"Vou fazer de Fábio, mas ainda não posso revelar mais nada sobre a personagem. Se pudesse, contava, porque a personagem é mesmo muito engraçada", diz. "O que posso dizer é que é a primeira vez que vou fazer algo ligado à comédia e acho que as pessoas vão mesmo ficar surpreendidas com este novo registo. Acho que vai funcionar".
Do mesmo projeto fazem também parte nomes como Ana Bola, Paula Neves, Matilde Breyner, entre outros. Mas David explica que é dos poucos sem experiência prévia num registo "mais humorístico". "O elenco é de excelência e com muita experiência em comédia e eu acabo por ser o benjamim. Sou um dos únicos que nunca fez comédia", diz.
À MAGG, conta que, perante o convite da TVI, o 'sim' foi imediato, mas o lugar no projeto nem sempre este certo. "Nunca me tinha atrevido a pensar fazer [comédia] sequer. Por medo, por respeito e porque também nunca tinha surgido nenhum convite. Mas sobretudo por ser algo desconhecido", conta,
"Foi um ‘sim’ imediato, mas depois foi um ‘nim’. Sobretudo por causa de agendas. Porque fazer uma digressão, um álbum e uma novela em simultâneo é puxado. Mas depois o projeto acabou por me conquistar e disse logo que queria fazer parte dele. E ainda bem que aceitei. Só pelos ensaios já dá para perceber que tem mesmo muita graça", acrescenta.
Em 2022, já é certo que David Carreira vai conciliar a música e a representação. No entanto, se algum dia se vir obrigado a apostar apenas numa vertente artística, admite que não terá dúvidas. "Se tiver de optar, opto pela música, sem dúvida. É uma coisa que nunca escondi e sempre assumi: em primeiro lugar, sou cantor. E não é por isso que deixo de aceitar projetos na representação, porque gosto de fazer as duas coisas. Mas diria que no passaporte está escrito ‘cantor’", remata.