A atriz australiana Clare McCann está a viver a maior tragédia da sua vida. O filho, Atreyu, de apenas 13 anos, tirou a própria vida depois de dois meses de bullying numa escola pública de Nova Gales do Sul, na Austrália. A artista afirma que implorou por ajuda à escola e ao governo, mas ninguém a ouviu.
"Supliquei por ajuda", afirmou Clare McCann, citada pelo "Daily Mail". "Apresentei queixas. Entreguei relatórios médicos. Ninguém me ouviu. Ele tinha só 13 anos. Merecia um futuro. Se a escola e o governo tivessem agido quando pedi, ele podia estar vivo", continuou a atriz, conhecida pela participação em "Blog Party" e por ter sido a fundadora do Sydney Women’s International Film Festival.
A atriz tornou público um cronograma detalhado sobre o que o filho, que estava no 7.º ano, sofreu desde o primeiro dia de aulas, a 5 de fevereiro. Durante uma série de atividades organizada pela escola, Atreyu terá sido forçado a ficar debaixo de água e terá sido alvo de assédio sexual, ameaças e abuso verbal. A artista frisou que não lhe foi oferecido qualquer apoio psicológico.
Depois de a polícia ter sugerido que o caso fosse resolvido pela escola, Clare McCann tentou reunir-se com os professores, mas o encontro foi-lhe negado. No dia seguinte, um elemento da direcção terá descrito o incidente nas atividades como uma "reação típica entre pares". No entanto, a atriz diz que o filho continuou a ser insultado, fruto da sua etnia e estatura baixa.
O menino terá ficado cheio de medo de que tudo voltasse a acontecer e faltou várias dias às aulas "devido ao stresse e ao medo". Atreyu chegou até a avisar que iria cometer suicídio se fosse forçado a regressar à escola. E depois de exigir que os alunos que estavam a intimidar o filho fossem suspensos ou expulsos, Clare McCann explicou que não houve qualquer ação disciplinar.
A 11 de abril, o menino foi diagnosticado com perturbação de stresse pós-traumático e acabou por colocar fim à própria vida. Antes, enviou uma última mensagem à mãe expressar o amor que sentia por ela, a par de um pedido de desculpa. Depois do sucedido, a escola viu-se forçada a pronunciar-se, diz a mesma publicação britânica.
"Estamos devastados por saber da morte de um aluno de uma escola secundária de Sydney e expressamos as nossas mais profundas condolências à família, amigos e membros da comunidade", disse a vice-secretária das escolas públicas de Nova Gales do Sul, Deborah Summerhayes. "O Departamento de Educação está a prestar aconselhamento e outro apoio de bem-estar aos alunos e funcionários que necessitem", rematou.
Agora sem o filho, a atriz australiana criou um GoFundMe para angariar dinheiro para congelar o corpo dele. A decisão, com base na criogenia, tem como base a esperança de que este possa voltar a viver no futuro. "Só temos uma hipótese de preservar o corpo dele nos próximos sete dias", escreveu. "Se perdermos esta janela, perderemos a hipótese de qualquer renascimento futuro que a ciência possa oferecer", explicou.