A 3 de março de 2020, ainda o mundo não estava ciente daquilo que se tornaria a pandemia da COVID-19, Portugal acordava com a notícia. Dolores Aveiro tinha sido internada, na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC). Pouco ou nada se sabia do seu estado de saúde e temia-se o pior.
Um ano depois, quase totalmente recuperada, a mãe de Cristiano Ronaldo concedeu uma entrevista a Maria Botelho Moniz, no "Dois às 10", durante a qual recordou esse dia fatídico e o percurso de recuperação desde então. Esta quarta-feira, 31 de março, assinala-se o Dia Nacional do Doente com com Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Dolores Aveiro fez questão de sensibilizar os telespectadores para a necessidade de pedir ajuda imediata, assim que surjam os primeiros sintomas. Como, de resto, fez naquela madrugada.
"Deitei-me na cama bem, não tinha sintomas nenhuns. Levantei-me para ir à casa de banho, e caí e desmaiei. Depois tentei levantar-me e tinha o lado esquerdo todo paralisado. Chamei o meu companheiro, disse que não estava bem e ele chamou o 112", recorda.
Dolores Aveiro passou 17 dias no hospital e, durante esse período, teve sempre a família a seu lado. Cristiano Ronaldo voou de Itália até à sua terra natal, onde permaneceu, depois, durante o período de confinamento, só tendo regressado a Turim em maio. "Vê-los ali foi uma alegria, eles deram-me muita força", diz.
Ainda no hospital, e já depois de ter recuperado os sentidos, a mãe de Elma, Kátia, Cristiano e Hugo recorda o momento em que viu os filhos "a chorar". "Disse 'ai meu Deus que me salve, eu não mereço isto'. Eu pensava que ia acabar ali. Pensei na morte", conta.
Dolores Aveiro já superou dois cancros ,mas admite que nunca pensou na morte como desta vez e que pediu a Deus para que a deixasse ver "os netos crescerem". Um pensamento ainda mais agudizado quando um deles, Cristianinho, lhe fez um pedido. "Ele disse 'avó, não morras'. Aquilo cortou-me o coração. Eu vivo para eles. Agarro-me aos filhos e aos netos, principalmente aos netos", confessou a matriarca da família Aveiro.
Um ano depois do AVC, e depois de ter passado por um período de recuperação, a mãe de Cristiano Ronaldo continua a fazer tratamentos "duas vezes por semana". Mas as marcas do episódio ficaram. "O que ficou mais afetado foi o lado esquerdo. A boca ficou torta", explica, contando ainda que perdeu alguma força e mobilidade no lado esquerdo do corpo.
No final da entrevista a Maria Botelho Moniz, Dolores Aveiro confessou que quer que a pandemia passe depressa para ir a Fátima pagar uma promessa e deixou também um convite. "Estou à espera que a Cristina [Ferreira] venha aqui para comer a espetada".