Em fevereiro, a cantora Duffy justificou a sua ausência do mundo da música e a explicação foi surpreendente: tinha sido violada e raptada durante várias semanas.

A cantora disse também que ia dar uma entrevista a contar todos os detalhes, de forma a ajudar pessoas que tenham passado pelo mesmo, mas devido à COVID-19, a entrevista foi cancelada. Agora, publicou um documento onde descreve ao pormenor tudo o que aconteceu.

Duffy começa por dizer que decidiu publicar o que aconteceu porque estava cansada de se esconder. "Nunca me senti livre. Eu envolvi-me com a minha história como se fosse um segredo sombrio. Isso deixou-me sozinha."

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No texto publicado, a cantora diz que estava a permitir que violação se tornasse "numa companhia", que lhe roubou um terço da vida. A cantora considerou mudar de nome e até desaparecer para outro país e tornar-se algo onde pudesse deixar "o passado para trás".

Revela ainda que adiou o regresso à música para não enfrentar questões como "Para onde é que desapareceste?”, “Porque é que desapareceste?”, “O que andas a fazer há tantos anos?”

No mesmo texto, começa então a explicar detalhadamente o que aconteceu "Era o meu aniversário, fui drogada num restaurante, fui drogada durante quatro semanas e viajei para um país estrangeiro. Não me lembro de entrar no avião. Fui deixada num quarto de hotel e o raptor violou-me."

Duffy revelou que, embora pensasse em fugir, estava com muito medo de pedir ajuda ou ligar para a polícia, e garante que ainda hoje não sabe como teve forças para suportar aqueles dias. Acrescenta ainda que o raptor confessou-lhe que tinha intenções de a matar. "Mas senti a presença de algo que me ajudou a permanecer viva."

Grande parte do tempo que durou o rapto foi passado na casa da cantora, sendo que foi sempre drogada ao ponto de não saber se foi violada nesse tempo.

Até hoje, a cantora não sabe como conseguiu fugir. Um conhecido da cantora foi até à sua casa e viu-a na varanda, enrolada num cobertor. "Não me lembro disso. A pessoa disse que eu estava amarela e parecia uma pessoa morta. Eles estavam obviamente assustados, mas não queriam interferir, nunca tinham visto nada parecido."

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O incidente de quatro semanas deixou Duffy com pensamentos suicidas. "Eu não via ninguém, algumas vezes ficava semanas e semanas sozinha", acrescentou. "Eu tirava o meu pijama, queimava-o e vestia outro. O meu cabelo ficava tão estragado por não o escovar." A cantora mudou de casa 5 vezes, com medo de estar a ser perseguida pelo homem.

Duffy menciona que antes da atual crise mundial devido ao COVD-19, as pessoas ofereciam-lhe as suas casas, para ir comer com eles, os seus números de telefone e até partilhavam histórias pessoais. Diz que recebeu mensagens de outras pessoas que sofreram abuso sexual e violação, de todas as idades, raças, lugares e géneros. "Quero que saibam que as vi e as li. Eu leio cada palavra e as suas histórias vivem em mim."

A carta acaba com a cantora a dizer que, finalmente, pode deixar esta década para trás. "Onde o passado pertence. Espero não ouvir mais: "O que aconteceu à Duffy", agora sabem... E eu estou livre."

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