Uma semana depois de Espanha ter parado com esta "bomba", eis que Ana Obregón vem confirmar as suspeitas: a bebé, nascida a 20 de março, é, afinal, sua neta. A atriz e apresentadora espanhola de 68 anos revela, em entrevista à revista "Hola!", que Ana Sandra, concebida com recurso a uma barriga de aluguer, é sua neta.
"Ela é filha de Aless e quando crescer vou contar-lhe que o seu pai foi um herói para que saiba quem é e o quão orgulhosa tem de estar por ele", diz Obregón. A atriz conta que tomou a decisão de iniciar o processo de gestação de substituição no dia em que o filho morreu, em maio de 2020. Esta foi uma vontade que Aless, que morreu de cancro, comunicou aos pais uma semana antes de partir. Mais: Aless deixou um documento escrito pela própria mão, denominado testamento olográfico, com esta vontade, algo que Obregón diz ser legal.
A atriz explica ainda que, quando o filho foi diagnosticado com cancro, em 2017, os médicos aconselharam-no a conservar sémen, para garantir que pudesse mais tarde ter filhos. O esperma, conta, ficou guardado num banco nos Estados Unidos. Obregón relembra que Aless disse aos pais que, se algo lhe acontecesse, gostava de deixar descendência. "Desde aquele momento, o que me tem permitido viver cada dia, cada segundo, é cumprir a missão de trazer ao mundo a filha de Aless."
Esta decisão de Ana Obregón levantou uma discussão sobre a prática da gestação de substituição, que é ilegal em Espanha. A atriz afirma que "o debate é absurdo" e que, no seu país, "estão no século passado". Obregón encontra-se atualmente em Miami, onde Ana Sandra nasceu, mas garante que irá regressar ao seu país natal e que todo o processo é legal. "A menina nasceu na América, vai ter passaporte americano e dupla nacionalidade. Legalmente é minha filha e é o que vai aparecer no passaporte. Vou registá-la no consulado espanhol para, depois, levá-la para casa."
Ana Obregón recorda que o processo foi "muito difícil", que houve várias tentativas para que a mulher que levou a cabo a gestação engravidasse e que todo o processo médico e legal demorou três anos. A atriz diz que, depois da morte do filho, desejou ela própria morrer várias vezes e que só a perspectiva do nascimento da bebé a fez continuar. "Voltei a viver. Tenho uma razão para viver. Trabalhei toda a minha vida e, graças a Deus, tenho a sorte de a poder deixar numa boa situação quando eu partir. E, até agora, tenho todo o amor do mundo para lhe dar."
A atriz e apresentadora espanhola dá a entender que poderá voltar a recorrer à gestação de substituição, uma vez que o filho queria "ter cinco filhos". "Se calhar, um dia destes, vem o menino". "Isto é algo que só os pais e as mães que perderam um filho podem entender", explica. Obregón garante ainda que não vai esconder a verdade da neta e que, quando esta crescer, lhe vai explicar que foi concebida com recurso a uma dadora de óvulos e a uma barriga de aluguer.