Giulia Be está prestes a estrear-se em Portugal. A cantora brasileira de 23 anos vai subir ao palco principal do MEO Sudoeste esta quarta-feira, 9 de agosto, pelas 20h25. Esta atuação será também o arranque da primeira tour da artista, que passará por Portugal e pelo Brasil.
A MAGG esteve à conversa com Giulia Be sobre este novo capítulo da sua carreira. Falámos do primeiro álbum, lançado em novembro de 2022, dos concertos em Portugal e da evolução da cantora, cuja fama assumiu grandes proporções durante a pandemia da Covid-19.
Giulia Bourguignon Marinho veio este domingo, 6 de agosto, para Portugal, onde ficará até dia 15. Depois de abrir o festival da Herdade da Casa Branca, na Zambujeira do Mar, vai rumar a Viseu, para atuar na Feira de São Mateus, no dia 12. É aqui que passará o aniversário, a 13 de agosto.
A estreia de Giulia Be em Portugal
A cantora contou à MAGG que pediu à equipa para lhe fazerem uma surpresa, "algum after para comemorar". Antes de ir para Viseu, vai passar por Lisboa, onde tenciona "voltar a Cascais". Recorda "um beach club, um bar muito lindo" onde esteve, que "foi dos lugares mais especiais" que já conheceu.
"Conectei-me com a praia, com as pessoas, a tomar um vinho branco maravilhoso que só vocês portugueses fazem. Estou animada para poder ter esse momento de novo", disse-nos. Além disso, gostava de comer pastéis de bacalhau, pelos quais se apaixonou quando esteve no Porto. "Eu não gostava de bacalhau e agora só quero bacalhau português. Comi todos", recorda.
Os bilhetes para assistir aos concertos de Giulia Be em território nacional, que serão o arranque da Disco Voador Tour, começam nos 10€ (para a Feira de São Mateus) e vão até aos 65€ (para o MEO Sudoeste). "Entusiasmada não chega para descrever o que sinto neste momento. Estou a viver um sonho", afirma a cantora.
"Fizemos o ensaio geral há uns dias e foi incrível. Eu fecho os olhos e já imagino as pessoas no MEO a cantarem as músicas. Vai ser lindo. Estou animada", continua a artista cuja performance neste festival de verão vai anteceder a de Niall Horan e a de David Guetta.
De invadir o camarote do David Guetta a atuar no mesmo palco que ele
"Eu invadi o camarote do David Guetta quando fui viajar pela Europa depois de acabar a escola. Estava em Ibiza e queria muito conhecê-lo. Se contassem à Giulia de 17 anos que invadiu o camarote do David Guetta que estaria a abrir um show de festival para ele um dia… surreal. Estou muito feliz. Também era fã de One Direction, então o meu coração está realizado", revelou à MAGG.
A setlist do concerto no MEO Sudoeste será composta por 18 músicas. "São bastantes, mas passa tudo muito rápido, porque só temos uma hora. Vou correr para cantar, mas vai ser bom", crê. "Vão ter looks muito especiais. A introdução do show é uma mistura de 'Game of Thrones' e 'Star Wars'. É um momento em que me deixo muito levar", contou-nos.
De acordo com Giulia Be, esta atuação "é uma viagem". "Não queria que fosse só uma performance. Queria que fosse algo em que as pessoas pudessem entrar numa jornada comigo, através daquelas músicas. Todas foram músicas que eu escrevi, histórias minhas ou das pessoas ao meu redor", acrescenta.
E se o nervosismo triunfar? "Qualquer coisa, finges que é um videojogo, que todos à tua frente estão nus", brinca a artista, cuja tour terá 13 concertos. "É o meu número da sorte", acrescenta, justificando que nasceu numa sexta-feira 13. Está planeado a digressão acabar a 27 de outubro no Rio de Janeiro, mas poderão surgir mais atuações.
A chegada do primeiro álbum (e da primeira tour)
Depois de algum tempo, Giulia Be vai finalmente cantar pelo mundo fora. "São muitos sentimentos juntos. Mudei tanto como artista e como ser humano ao longo destes anos. Vai ser uma tour completamente diferente do que teria sido, com mais pressão, mas também liberdade para criar o meu infinito particular", acredita.
"É muita coisa, mas estou a aprender a curtir o processo", adianta, referindo a "disciplina" que tem ganhado com os profissionais ao seu redor. "Pessoas que têm uma experiência muito grande que eu ainda não tenho e que estão a passar-me a segurança para subir ao palco e dar tudo", refere.
"É algo pelo qual eu preciso de passar, quase uma faculdade para um artista. Há uma autoconfiança quase ilusória no começo. Vai ser muito louco", prevê. "Quero mostrar todas as partes diferentes de mim", acrescenta, ainda, a artista de 23 anos em entrevista à MAGG.
O primeiro álbum de Giulia Be, "Disco Voador", com 13 músicas, foi divulgado em novembro de 2022. A versão deluxe, com mais temas, surgiu no passado mês de julho. "Tem uma música para todo o mundo. É um álbum que passeia por tantos lugares, com músicas para dançar. Conta histórias do sofrimento ao deboche e ao apaixonado. Tem muitas emoções", afirma.
"A reação tem sido maravilhosa. Várias pessoas estão a redescobrir o álbum. Há músicas que talvez não conheçam tanto, mas que vão passar a gostar por causa do show", aposta a artista. "Marcou quem eu fui", diz, sobre "Disco Voador", que contém canções como "Perfeita".
A evolução desta "menina solta"
Para Giulia Be, "é uma mensagem que muita gente precisava de ouvir". "A corrida louca que é a vida e a pressão para o sucesso e para os resultados acaba por criar uma ansiedade muito grande dentro de nós", nota, defendendo, em "Perfeita", que cada um tem de se "tratar com mais carinho" e cobrar-se menos.
"É um lembrete diário para fazer isso. Estamos a dar o nosso melhor, e está perfeito do jeito que é", acredita a artista, que viralizou em Portugal com o tema "Menina Solta". "A menina solta ainda estava a entender-se. Estava a perceber o que queria falar para o mundo, que mensagem queria passar como compositora", adianta Giulia Be.
"Foi a primeira música que escrevi que foi uma história. E percebi que é isso que quero fazer para o resto da minha vida: quero contar histórias. Fui solidificando o lugar da poeta que mora dentro de mim, fortalecendo o meu coração e a minha cabeça", afirmou à MAGG.
À época, não se identificava com esta menina solta. "Contava a história de outra pessoa e não tinha a autoconfiança que aquela menina tinha. Essa música permitiu-me virar uma menina solta. E ser uma menina solta permitiu-me virar uma mulher livre", crê a brasileira.
Giulia Be acha "incrível" testemunhar como tudo tem mudado na indústria da música. "Estão a abrir-se espaços para mulheres, para meninas cada vez mais donas da sua história. Vamos ter muitas mulheres poetas que, ao longo da história, não foram tão valorizadas quanto deviam ter sido", refere.
"Estou muito animada com o futuro da música. É muito bom poder fazer parte desse momento na história", conclui. Quanto à estreia em Portugal, não esconde o entusiasmo: "Vai ser muito alucinante estar num palco pela primeira vez nesse país que há tanto tempo me escuta e me abraça. E eu vou poder, finalmente, abraçar de volta".