A recusa de um jogador da equipa orientada por Ruben Amorim em usar um casaco de apoio à comunidade LGBTQ+ pode por em causa o patrocínio da Adidas ao Manchester United. De acordo com o "The Athletic", site de desporto do "The New York Times", o Manchester United planeava que os jogadores entrassem em campo no jogo frente ao Everton com um casaco Adidas com uma mensagem de apoio à comunidade LGBTQ+.
No entanto, o clube desistiu da iniciativa horas antes da partida, que aconteceu no domingo, 1 de dezembro, após Noussair Mazraoui recusar usar a peça de roupa. O site noticia que o futebolista marroquino não se sentia confortável, tendo invocado o facto de ser muçulmano. A equipa decidiu que nenhum dos jogadores iria usar a peça criada para o efeito, para que Mazraoui não fosse o único a ser visto em público sem o casaco com a mensagem de apoio à comunidade LGBTQ+. O "The Athletic" escreve ainda que esta decisão gerou desconforto dentro do balneário.
Esta iniciativa insere-se no Rainbow Laces, entre os dias 29 de novembro e 5 de dezembro, período em que a primeira liga inglesa celebra a inclusão LGBTQ+. "Os capitães usarão braçadeiras com o arco-íris nos jogos e a marca Rainbow Laces estará visível nos estádios", pode ler-se no site da Premier League. Durante esta iniciativa nas duas épocas passadas, os jogadores da Premier League usaram camisolas com motivos LGBTQ+ durante o aquecimento, assim como casacos alusivos à causa durante a entrada em campo.
Fontes ligadas à Adidas, patrocinadora do Manchester United, adiantam que a marca alemã está "desapontada" com esta decisão. O patrocínio da marca alemã representa um investimento de 1,1 mil milhões de euros ao longo de 10 anos.
O Manchester United já reagiu à polémica. Em comunicado, citado pela Reuters, o clube britânico diz estar empenhado em defender "os princípios da diversidade e da inclusão", mas que "os jogadores têm direito às suas opiniões individuais, sobretudo em relação à sua fé, e estas crenças podem ser diferentes da posição do clube".