Paulo Raimundo, secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) e candidato a primeiro-ministro, esteve à conversa com Cristina Ferreira e Cláudio Ramos no “Dois às 10”, na TVI, esta quinta-feira, 15 de fevereiro, onde revelou algumas curiosidades sobre si, nomeadamente as origens humildes, o facto de gostar de cozinhar, de ter pensado em ser ator e ter participado e vencido um concurso televisivo.

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Paulo Raimundo começou por dizer que os seus primeiros trabalhos foram a acompanhar a mãe “na apanha do marisco, em particular do berbigão” nas suas férias da escola, depois foi “padeiro”, “carpinteiro” e, posteriormente, “animador cultural”, onde foi “palhaço” muitas vezes em festas infantis.

Com 17 anos, em junho de 1994, Paulo Raimundo participou e venceu o concurso de talentos “A Filha da Cornélia”, na RTP, apresentado por Fialho Gouveia. A equipa de Setúbal era composta pelo, na altura, estudante, e por duas professoras, e tiveram de desempenhar várias provas, nomeadamente de canto, desenho e representação.

O secretário-geral do PCP chegou mesmo a pensar em ser ator. “Como se viu, não se perdeu muito”, brincou Paulo Raimundo. “Este programa era muito interessante, porque obrigava a ter várias componentes”, disse, acrescentando que participou no programa da RTP duas vezes e que ganhou apenas da segunda vez que participou.

“Na primeira vez que lá fomos não ganhámos nada. Da segunda vez ganhámos, ganhámos mil contos”, revelou. Com esse dinheiro, Paulo Raimundo abriu “uma conta”, que era algo que não tinha, tirou a carta de condução e comprou um carro, um “Renault 5 GTR 1300 vermelho, bonito e em segunda mão”, que durou “talvez 10 anos”.

Paulo Raimundo recebeu uma mensagem dos pais, tendo ficado emocionado ao revelar que as suas vidas foram “muito difíceis” e que foram pessoas “para quem a vida não foi grata”. Além disso, partilhou que os pais são artistas. A mãe tem “molhos e molhos de quadros” populares pintados por ela e o pai é “sapateiro de profissão” e “faz sapatos à mão”. “Foi tudo construído a pulso, com muitas dificuldades na vida”, disse, visivelmente emocionado.

Paulo Raimundo, que é membro do Partido Comunista desde 1994 e funcionário desde 2004, considera que “há uma coisa” que acha que “faz falta”: “como é que nós falamos dos problemas sentindo os problemas?”. “Quando nós os vivemos ou quando estamos inseridos, quando estamos profundamente ligados a eles, nós não falamos de cor”, disse, acrescentando que há temas sobre os quais é mais sensível, nomeadamente “a pobreza, a injustiça, as crianças”.

“Acho que se mantivermos uma ligação aos problemas, sentindo os problemas, estando ligados a eles, podemos falar, estamos em condições de melhorar mais depressa e de resolver mais depressa as situações”, garantiu. “Eu acho que nisso, modéstia à parte, estou em condições de acrescentar ao debate, à conversa, ao esclarecimento, à solução”, continuou.

Paulo Raimundo revelou ainda que adora cozinhar e que algumas das suas especialidades são “esparguete à bolonhesa”, “açorda” e “cabidela”. Além disso, partilha que gostava de ser conhecido como "mais um". "Mais um com o seu papel como cada um de nós tem", disse.