Sabemos que em cada parte do mundo há diferentes costumes: se em Portugal a família se reúne na noite de 24 para trocar os presentes, em Itália e Espanha a família junta-se no dia 24, mas os presentes só são abertos a 6 de janeiro.
Ora, no Reino Unido também há certas particularidades. Aqui a tradição diz que os presentes só se abrem na manhã de 25 de dezembro, depois da ceia de Natal, mas não é só na casa dos cidadãos britânicos que os costumes são diferentes dos nossos.
Depois de celebrar o Natal no Sandringham Estate, uma casa de campo em Norfolk que pertence à família real desde 1862, a rainha Isabel II mantém as decorações até 6 de fevereiro (um mês depois do Dia de Reis, em que normalmente as famílias encerram a época natalícia). É assim que todos os anos a rainha e o marido, o duque de Edimburgo, celebram o Natal desde 1988.
Mas há uma razão para as decorações se prolongarem no tempo: de acordo com o jornal britânico "The Independent", 6 de fevereiro é uma data especial para a rainha, uma vez que marca o dia em que o seu pai, o rei George VI, morreu. Isabel II tinha apenas 25 anos na altura e desde então que mantém as decorações de Natal como forma de homenagear e comemorar a vida do rei.
Além de marcar o aniversário, a rainha lembra sempre esta data como o dia em que 156 mil militares britânicos, canadianos e americanos desembarcaram no norte de França — o chamado Dia D, a 6 de fevereiro de 1944, que marcou a reviravolta na Segunda Guerra Mundial.
No discurso deste Natal, a rainha relembrou este acontecimento histórico: "Este ano comemoramos outro aniversário importante — o Dia D". A monarca do Reino Unido acrescenta ainda uma nota no discurso, onde relembra o pai nesta época especial. "Lembro-me bem da expressão de preocupação no rosto do meu pai. Ele conhecia os planos secretos do Dia D, mas é claro que não podia partilhar esse fardo com ninguém".