603 mil seguidores no Instagram, 229 mil no YouTube, capas de revista — da "Cristina" à "Women's Health" —, colaborações com marcas e até paletas de maquilhagem com a sua assinatura. Não se fala de digital em Portugal sem mencionar o nome de Helena Coelho, que apesar de mais ligada à área da beleza e da maquilhagem, tem uma influência que transcende esse mundo. Tanto que, em 2021, Helena foi a aposta de Cristina Ferreira para o magazine de lifestyle "VivaVida", que apresenta ao lado de Ruben Rua na antena da TVI.
Mas para além de ser no digital, principalmente nos seus canais, que se sente mais confortável, tal como explicou à MAGG nesta entrevista, é também neste campo que Helena Coelho tem um toque de Midas — é que praticamente tudo o que toca, ou em que se envolve, é um sucesso. Falamos de revistas? É preciso fazer novas edições, como no caso da "Women's Health". Produtos? Esgotam.
O mais recente exemplo disso é o Limitless, o maior evento digital de beleza com vendas em direto da Sephora — com a MAGG e a dobem. como media partners —, que acontece já este domingo, 20 de junho, às 16 horas, com Helena Coelho como anfitriã desta tarde digital, e também presença nas várias talks marcadas. O acesso era adquirido através de uma box de produtos, que esgotaram esta sexta-feira, 19 (embora ainda possa comprar um bilhete de acesso ao evento, sem box, pelo valor de 10€), depois de várias partilhas nas redes de Helena Coelho (e não só). Coincidência? Talvez não.
Foi justamente a propósito do Limitless que falamos com a influenciadora digital de 28 anos, natural de Viseu, cujo caminho nos tempos de faculdade não fazia prever o sucesso de hoje na área do digital. Entrou na universidade para o curso de Engenharia Química, e confessa que tudo o que se seguiu acabou por acontecer.
"Quando entrei no curso, o meu objetivo era mesmo exercer na área de Engenharia Química. O resto, aconteceu. Os blogues começaram a surgir, comecei a ver outras pessoas a tê-los e achei que também tinha algo a dizer. Criei o 'Devil Wears Louboutin', que acabou por ter sucesso", conta à MAGG.
A vida começou a levar Helena por outro caminho com os sucessivos trabalhos que foram surgindo, quer ligados ao blogue, quer à maquilhagem. "Comecei a ganhar dinheiro com estes trabalhos e tinha cada vez menos tempo para me dedicar à engenharia. E também comecei a gostar cada vez mais do que fazia para além da engenharia. Acabou por ser a vida que me encaminhou."
Questionada sobre se desde aí que sonhava com o sucesso atual, a influenciadora digital assume que, há alguns anos, ninguém tinha ideia do poder do digital e dos influenciadores, algo que nem existia na época.
"Não vou dizer que sim [que esperava este sucesso], porque nem sabia que era possível. Quando comecei o blogue, ninguém fazia disto vida, digamos assim. Os influenciadores digitais são algo que aconteceu recentemente, que se tornou muito exponencial nos últimos anos. Para além de que a minha intenção não era de todo profissional. Era um hobbie, algo de que gostava muito, mas um hobbie."
"Há muita gente que entra nas redes sociais com uma intenção de ser famosa, ganhar dinheiro"
Se há uns anos, as profissões referidas pelos miúdos à clássica pergunta "o que é que queres ser quando fores grande?" se dividiam entre biólogos marinhos, veterinários ou apresentador de televisão, hoje os influenciadores digitais, streamers e youtubers são os nomes mais referidos — e não há dúvida de que o mundo digital, e o Instagram, tem muitos atrativos.
"É a profissão da moda, e há muita gente que entra nas redes sociais com uma intenção de ser famosa, ganhar dinheiro, viagens, produtos. Já não entram neste tipo de plataformas de uma forma despretensiosa", diz Helena Coelho, que acredita que é justamente essa pretensão que pode dificultar as coisas. "Há que conhecer o sucesso, fazer o caminho e não ter tanta vontade de agarrar o mundo todo ao mesmo tempo, até porque não conseguimos."
Para além disso, e apesar de recusar afirmar que o sucesso do digital tem uma data de validade, Helena acredita que existirão mudanças.
"Sou sincera, e posso e espero estar errada, mas acho que tudo isto do digital é uma novidade até deixar de ser, tal como há uns anos existiram outras novidades que depois deixaram de o ser. É um mercado que está a ficar um bocadinho saturado. Penso que vai haver sempre lugar para quem quiser fazer coisas diferentes, mas teremos de nos adaptar, tal como aconteceu até aqui. Se olharmos para os últimos três anos, mudou tudo. Fomos do Snapchat para o Instagram, do Instagram para o Tik Tok. E eu sinto-me uma velha no Tik Tok, como acredito que já terá acontecido com muitas pessoas em plataformas anteriores."
Do YouTube à televisão, Helena sente-se como peixe na água nos seus canais
Nos últimos anos, Helena Coelho esteve envolvida em muitos projetos e colaborações com marcas, foi capa de revistas e chegou à televisão. Mas em qual dos papéis é que a influenciadora se sente mais confortável? "Acho que tudo isto se complementa e faz sentido em conjunto, até porque uma coisa leva à outra. A relevância digital conduz às marcas, as marcas tornam-nos apetecíveis para capas de revistas e outras coisas, até porque há muita estratégia envolvida e os meios de comunicação social acabam por se reger pelo que está a ser mais falado."
No entanto, Helena não tem dúvidas sobre o que gosta mais de fazer. "O digital. Até porque é nos meus canais que tenho total controlo. Só depende de mim, o que é bom, embora também tenha as suas contrariedades: se eu estiver doente, se não me apetecer fazer isto ou aquilo, também o impacto é para mim. Mas acaba por ser aquilo que, quando corre bem, me dá mais gozo, me faz sentir mais realizada, porque fui eu que fiz aquilo acontecer. Mas gosto de tudo o que faço."
Sobre o que é que ainda lhe falta concretizar profissionalmente, Helena Coelho revela que já há planos. "Acho que é importante termos objetivos e sabermos reinventar-nos. Ainda me falta ter uma marca própria, apenas e só dependente de mim. Aliás, já está a ser feita, mas ainda falta concluir."