Kim Kardashian escreveu uma carta aberta a Joe Biden, Antony Blinken e a outros representantes dos Estados Unidos. O objetivo é fazer um apelo a estas grandes figuras de poder do país, no sentido de tentarem travar aquilo que a influenciadora, com ascendência da Arménia, considera ser um novo genocídio, desta vez por parte do Azerbaijão.
A missiva, intitulada "O meu apelo a Joe Biden para impedir outro genocídio arménio", foi publicada na revista "Rolling Stone" e é também assinada pelo médico arménio Eric Esrailian. Ambos deixam patente que o corredor de Latine, a única ligação terrestre entre Nagorno-Karabakh e a Arménia, está bloqueado desde dezembro – e, ao contrário do que se tem dito, não é por razões de segurança.
Isto porque representantes de Nagorno-Karabakh, segundo o "El País", garantiram que este bloqueio se trata de uma conspiração do governo do Azerbaijão, cujo objetivo é fazer com que os produtos básicos, como alimentos, medicamentos e combustível, não cheguem à Arménia, privando-os do seu uso. Isto fez com que, em maio, a Arménia até afirmasse estar disposta a reconhecer a soberania do Azerbaijão.
“É evidente que este bloqueio sem piedade ultrapassou todas as linhas vermelhas dos direitos humanos e do direito humanitário. O bloqueio de grupos de direitos humanos, como o Comité Internacional da Cruz Vermelha, bem como a retórica de ódio que acompanha o bloqueio são sinais de uma intenção genocida”, escrevem Kardashian e Esrailian, que relembram o verdadeiro significado de genocídio: "infligir as condições que permitem a destruição física de um grupo".
Ainda que possa não haver "crematórios ou ataques com catanas", a dupla garante que "a fome é a arma invisível do genocídio", lê-se na publicação. "Sem uma mudança drástica, este grupo de arménios será destruído dentro de semanas”, alertam Kim Kardashian e Eric Esrailian.
Tendo em conta este cenário, o envio da carta por parte da socialite e do médico é apelar a que sejam impostas sanções económicas ao Azerbaijão, bem como cortes penais internacionais e de ajuda estrangeira. "Têm de pressionar o Azerbaijão a abrir incondicionalmente o corredor", rematou a dupla, acrescentando que os Estados Unidos "têm a capacidade de mobilizar uma resposta" e que farão de tudo para obtê-la.