A série documental sobre saúde mental “The Me You Can’t See”, realizada por Oprah Winfrey e pelo príncipe Harry já tem dado que falar. Depois de Harry fazer revelações polémicas sobre a família real britânica, também a cantora Lady Gaga falou da violação que a deixou grávida, dando origem a um surto psicótico total.
"Tinha 19 anos, já trabalhava no ramo e um produtor disse-me: ‘Tira a roupa’", começa por contar. A cantora resistiu, mas revela que foi ameaçada. "Disseram que iam queimar as minhas músicas todas e não pararam de me pedir aquilo. Congelei, simplesmente e… nem me lembro", continua.
A cantora diz ainda que foi violada "numa esquina" junto à casa dos pais, ficando grávida na sequência da violação. Gaga já tinha falado sobre a violação em 2014, mas foi a primeira vez que referiu que, anos mais tarde, sofreu um "surto psicótico total", tempos depois de ter revelado nos Óscares, em 2016, que foi uma sobrevivente de agressão sexual.
"Eu nunca lidei com isto, e de repente comecei a sentir uma dor intensa inacreditável por todo o meu corpo que se assemelhava ao que senti depois de ter sido violada", diz a Oprah Winfrey. A cantora foi para o hospital, queixando-se das dores fortes, seguidas de dormência física, sem se aperceber ainda o que estava a acontecer. Só depois de ter sido encaminhada para psiquiatria é que se soube a razão daquelas dores. "Percebi depois que era a mesma dor que tinha sentido quando aquele homem me violou e me deixou numa esquina, na casa dos meus pais. Estive trancada durante meses num estúdio a ser abusada", revela.
Demorou dois anos a recuperar, mas está ciente de que a qualquer momento o trauma pode ser "acionado", correndo o risco de um novo surto psicótico total.
Lady Gaga não fala em nomes e afirma mesmo que nunca vai revelar. "Percebo o movimento 'MeToo' e compreendo que algumas pessoas se sintam realmente confortáveis com isso, mas eu não. Eu não quero enfrentar essa pessoa, nunca mais", diz a cantora no episódio da série documental disponível na Apple TV+.