Em 2015, Linda Evangelista, uma das maiores top models da década de 90, decidiu submeter-se um procedimento estético denominado CoolSculpting. O que prometia ser uma técnica não invasiva de liposucção deixou-a "permanentemente deformada" e "brutalmente desfigurada".

Pela primeira vez, a ex-modelo de 56 anos fala sobre tudo o que aconteceu após essa intervenção, em entrevista exclusiva à revista "People". Em setembro passado, Linda Evangelista deu entrada com um processo judicial contra a empresa detentora da patente do tratamento, a Zeltiq Aesthetics Inc.. Pede 50 milhões de dólares (cerca de 40 milhões de euros) de indemnização, alegando que as sete sessões a que se submeteu a impediram de trabalhar.

"Eu adorava estar na passerelle. Agora tenho medo de encontrar alguém que conheça. Não consigo viver assim, escondida, com vergonha. Não conseguia viver mais com esta dor. Estou pronta para falar", diz, nas primeiras declarações reveladas pela "People".

O CoolSculpting recorre a um processo denominado criolipólise. São usadas pás que, em contacto com o tecido adiposo, o congelam. O tratamento promete, de forma não invasiva e com pouco tempo de recuperação, reduzir até 20% dos depósitos de gordura. O que aconteceu com Linda Evangelista foi um efeito secundário denominado hiperplasia adiposa paradoxal (HAP), que atinge 1% das pessoas que se submetem a este tratamento.

Em termos práticos, as zonas onde a técnica é aplicada não só não diminuem de volume como aumentam, engrossam e endurecem. Foi o que aconteceu no corpo de Linda Evangelista, em particular no queixo e na zona lateral do tronco. A ex-modelo começou também a sentir dormência nessas partes do corpo.

No início, Evangelista decidiu que o problema estava na sua alimentação. Começou a fazer uma dieta restritiva e mais exercício físico. "Cheguei a um ponto em que já nem comia. Achei que estava a enlouquecer", conta. Em 2016, chegou finalmente o diagnóstico. "Estava a chorar desalmadamente. Disse ao médico 'não comi, estou esfomeada, o que estou a fazer de errado?'", recorda. Depois de o médico lhe diagnosticar HAP, Evangelista relata ainda que este lhe disse que nenhuma dieta ou regime de exercício físico poderiam resolver o problema.